Fazer exercício ao ar livre durante a quarentena, pode? Muitos têm feito essa pergunta justamente porque não há um consenso, mesmo entre governantes que orientam o isolamento social, nem mesmo a Organização Mundial de Saúde. O fato é que, embora seja recomendado fazer atividades físicas, sair de casa para fazer o que quer que seja tem seus riscos.

Em países como França, Reino Unido, Itália, as caminhadas ao ar livre têm sido permitidas com uma série de restrições: não se distanciar de casa ou não fazer contato com outras pessoas. A região da Lombardia, na Itália, é uma exceção já que lá o sistema de saúde entrou em colapso.

A exceção, vale dizer, tende a virar regra à medida em que a curva de contágio se acelera em cada localidade. Com brechas abertas para a saídas às ruas, especialmente atividades de bem-estar e lazer, a tendência é a aglomeração tornar-se mais comum, como já reclamaram governantes no Reino Unido. No Rio de Janeiro e São Paulo, onde já se veem grupos se aglomerando nas praças e praias, não é diferente. Na Espanha, as restrições se ampliaram e quem sair de casa para fazer qualquer atividade que não for essencial é multado.

“Todos nós temos direitos iguais. Se todo mundo usufruir do direito ao mesmo tempo, nós vamos ter muita gente na rua”, diz Jorge Sampaio, médico consultor da Microbiologia do Fleury Medicina e Saúde, à BBC.

Mesmo se você pensar que manterá o distanciamento, há alguns riscos que geralmente são minimizados. Quando você sai de casa, você acaba fazendo contato em áreas comuns, ainda que sem querer, com botões, corrimão, maçanetas, elevador, portas ou outras superfícies eventualmente contaminadas. O alerta é feito pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), também publicada na BBC.

Ou seja, mesmo onde há permissão para corridas e exercícios ao ar livre, os riscos existem. Para que arriscar?