Ministra Cármen Lúcia determinou à Câmara que em cinco dias seja explicado o motivo de os pedidos de impeachment na casa não serem analisados.

Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro planejam fazer um “superpedido” de impeachment contra o presidente. A ideia é reunir todos os parlamentares no Congresso que já protocolaram pedidos para afastamento de Bolsonaro, inclusive ex-apoiadores do governo. Seria a 114ª ação contra Bolsonaro em três anos de governo.

Mas por que nenhuma dessas ações ainda foi pra frente na Câmara dos Deputados?

Ao todo, segundo levantamento da Agência Pública, 1488 pessoas e mais de 500 organizações assinaram pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Foram enviados 113 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 63 pedidos originais, 6 aditamentos e 44 pedidos duplicados. Até agora, apenas 6 pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os outros 107 aguardam análise.

Nessa quinta (15) a ministra Cármen Lúcia determinou à Câmara que em cinco dias seja explicado o motivo de os pedidos de impeachment na casa não serem analisados.

Segundo a CNN Brasil, Arthur Lira (PP-AL) vai alegar à ministra do Supremo que a Constituição não estabelece prazos para que presidentes da casa analisem pedidos de impeachment contra presidente da República. E que Rodrigo Maia, seu antecessor, também não deu andamento às dezenas de propostas apresentadas.

Nenhuma desculpa é aceitável frente a um presidente que comete reiterados crimes de responsabilidade. Se Lira tiver algum compromisso com o país, deveria aceitar um dos pedidos e deixar que o conjunto de parlamentares decidam sobre o cometimento ou não de crime de responsabilidade pelo presidente.