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O policial rodoviário federal e candidato ao Senado em Goiás, Fabrício Rosa foi intimado na última quarta-feira, 22, pela Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal em Goiás para dar explicações acerca de manifestações que vem proferindo a publicamente sobre políticas de drogas. A intimação se deu após uma denúncia anônima, realizada no portal da Controladoria Geral da União e reencaminhada para a PRF para providências, anexado a denúncia matérias de jornais locais em que ele se apresenta enquanto um candidato gay.

Os argumentos utilizados na denúncias foram, segundo consta no documento, uma fala pública feita pelo candidato em relação à descriminalização da maconha no Fórum Social Mundial no início deste ano e o fato de ele ser assumidamente gay.

O candidato, que é gay e militante do movimento LGBTI, faz parte de uma associação de policiais que defende a regulamentação do uso, do comércio e da produção das drogas – a LEAP (Law Enforcement Against Prohibition). Ele é membro também de um movimento de policiais que discute direitos dos policiais e segurança pública cidadã, o Movimento dos Policiais Antifascismo. No último encontro nacional dos Policiais Antifascismo, em maio de 2018, Fabrício Rosa defendeu que “em virtude da guerra às drogas as polícias têm modificado seu comportamento, agindo de maneira mais reativa em busca de aniquilar os chamados traficantes, isso inclui a atuação da Polícia Rodoviária Federal, instituição que mais apreende drogas no Brasil.” Essa fala não teria sido bem aceita por alguns servidores da PRF.

O candidato ao Senado também faz parte de uma associação de policiais LGBTIs, que luta por dignidade e respeito para os gays, as lésbicas, as trans e as travestis nos quadros da segurança pública. Ele vem fazendo falas públicas, inclusive nas Paradas do Orgulho LGBTI – evento que colabora – acerca do respeito para com a comunidade LGBTI. Esse fato não tem sido bem aceito na corporação, e tem gerado ofensas internas e nas redes sociais contra o candidato.

Na visão do candidato, “tal intimação policial já seria um atentado à democracia em um período normal do ano, mas é mais grave em um momento de corrida eleitoral, quando os candidatos devem expressar com clareza o que pensam acerca das políticas públicas”.