A Polícia Federal abriu uma investigação para saber a origem do dinheiro utilizado para financiar o ato pró-Bolsonaro, organizado pelo pastor Silas Malafaia na Avenida Paulista. A ação policial visa apurar a origem dos recursos que viabilizaram o evento, além de analisar a possível conexão entre Malafaia e Bolsonaro nos ataques ao sistema de justiça e a ministros do Supremo Tribunal Federal.

Para os investigadores, Bolsonaro confirmou sua participação no esquema de elaboração de um golpe de Estado.

A investigação ganhou novo fôlego após a PF iniciar a transcrição do discurso de Bolsonaro durante o ato. Os investigadores afirmam que as menções à existência de um plano golpista por parte do ex-presidente configuram crime contra o Estado, evidenciando sua intenção de colocá-lo em prática. Mesmo com a ironia de Bolsonaro em relação ao documento do suposto golpe, a PF sustenta que a mera tentativa de golpe já é uma ilegalidade.

No âmbito das investigações, o tenente-coronel Mauro Cid será intimado a prestar novo depoimento, com o objetivo de fornecer mais informações sobre a origem dos recursos utilizados no financiamento do ato e detalhes da reunião realizada em julho de 2022, na qual teria sido debatida a trama golpista junto à cúpula das Forças Armadas. Caso Cid não coopere, corre o risco de perder os benefícios da delação premiada.

A PF visa concluir as investigações não apenas sobre o esquema de golpe de Estado, mas também sobre a questão das joias da Arábia Saudita doadas ao governo brasileiro e a adulteração do cartão de vacina do ex-presidente em julho.

Após essa etapa, os suspeitos serão indiciados e o caso será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise de possível denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).