Diversas pessoas, entre crianças e idosos, passaram mal e tiveram de ser socorridas

Foto: Richard Wera Mirim

Um ato pacífico das comunidades Guarani de São Paulo contra o PL 490, PL do Marco Temporal, terminou com repressão da Polícia Militar (PM). A manifestação começou na madrugada desta terça-feira (30) na Rodovia dos Bandeirantes, próximo da Terra Indígena Jaraguá, e seguia pacificamente para a Marginal Tietê, quando o batalhão de Choque passou a reprimir com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Antes de iniciar a agressão, um policial militar, que se identificou como responsável pela operação, negociou que a manifestação poderia seguir com apoio da PM sob a condição de liberar uma faixa para o trânsito. As comunidades cobram posicionamento do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre a ação repressiva.

A manifestação liberou a faixa e caminhava pacificamente quando passou a ser atacada. Entre os manifestantes estavam crianças e idosos das comunidades da Terra Indígena Jaraguá.

Mesmo após a dispersão, a PM seguiu jogando bombas em direção às casas da comunidade. Diversas pessoas passaram mal e tiveram de ser socorridas. Sem nenhuma necessidade, helicópteros da PM sobrevoaram a comunidade atingindo galhos de árvores e colocando as pessoas em risco. A assessoria jurídica da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) e organizações parceiras seguem acompanhando a situação no local.

A ocupação da rodovia faz parte do dia de mobilizações contra o PL 490 que pode ser votado hoje na Câmara dos Deputados. A proposta pode inviabilizar as demarcações de Terras Indígenas e abrir áreas já demarcadas para exploração e empreendimentos sem o consentimento dos povos indígenas.