(Unicef/Asselin)

Jéssica Albuquerque, para a Cobertura Colaborativa NINJA na COP26

As mudanças climáticas impactam a segurança alimentar e podem causar um déficit de produção bastante expressivo nas culturas básicas para alimentação, especialmente, na África. Segundo projeções do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fida, com base nas condições do clima atual, as plantações de alimentos básicos podem diminuir pelo menos 80% até 2050, em oito países africanos.

A ausência de assistência a países menos desenvolvidos impossibilita o combate à vulnerabilidade de povos que socialmente já sofrem o peso da desigualdade social. À ONU, a vice-presidente do Departamento de Estratégia e Conhecimento do Fida, Jyotsna Puri, afirmou que “a cada US$ 18 gastos em mitigação, apenas US$ 1 atende às iniciativas de adequação aos novos desafios”.

Infelizmente não é uma preocupação a ser pensada para longo prazo uma vez que vivemos tempos de instabilidade e rápidas transformações. A oscilação em relação aos preços de alimentos, por exemplo, é influência das interferências do clima na produção. O documento aponta também que “em todo o mundo uma em cada dez pessoas vivia com fome. No continente africano, o número sobe para uma em cada cinco pessoas”.

E pensando em alternativas de contenção desses impactos na sociedade e em países a exemplo da África, a conclusão do relatório propõe que “os investimentos recomendados incluem o estímulo ao plantio de safras alternativas diversificadas e adaptadas localmente; a utilização de diferentes técnicas de plantio, fortalecimento das capacidades e infraestrutura de armazenamento e processamento e cadeias de valor à prova de clima e ainda, exige a melhoria do acesso e a gestão da irrigação”.

Enquanto isso não acontece, a população aguarda à deriva, encaminhamentos, acordos e cumprimentos de tais concessões para que possam garantir o básico para a sobrevivência, visto que diariamente são as mais impactadas pela desigualdade e o racismo ambiental.

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