Foto: Pedro França/Agência Senado

O vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de um inquérito contra Abraham Weintraub, ministro da Educação, pela suspeita de crime de racismo por uma publicação sobre a China e a pandemia do novo coronavírus em suas redes sociais.

O ministro Celso de Mello é o relator do caso no STF, que tem uma postura clara em relação ao racismo e discriminação – foi Celso quem deu o voto que determinou que homofobia se enquadrasse no mesmo crime.

Weintraub fez chacota do sotaque dos chineses, que tem dificuldades em falar português, usando o personagem Cebolinha e trocando o R pelo L em uma postagem em uma rede social. A embaixada chinesa publicou nota onde classificou as declarações do ministro como “absurdas e desprezíveis” e de “cunho fortemente racista”.

O post foi retirado do ar e o inquérito, mediante autorização do STF, possibilita a Polícia Federal obter dados da postagem, da conta do ministro no Twitter e também ouvir o ministro pessoalmente. Em outros momentos em que foi chamado a se manifestar, o ministro mandou representantes. Ao final, o vice-procurador decide se denuncia Weintraub ao STF pelo crime de racismo.

O Ministro já mostrou em outros momentos a imaturidade em lidar com alguns temas, usando sua conta no twitter para fazer piadas e atacar pessoas.

E os ataques à China vindos de pessoas próximas a Bolsonaro ou de dentro do governo também não foram feitos pela primeira vez. Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, já havia feito uma comparação da pandemia do novo coronavírus ao acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, causando reação da embaixada chinesa e desconforto com o maior parceiro comercial do Brasil.