Google e Telegram atuaram com abuso de poder econômico e manipulação de informações durante o debate sobre a votação do PL das Fake News, que busca criminalizar a divulgação de conteúdos falsos e exige regras transparentes de moderação de conteúdos por parte das plataformas. Foi o que concluiu o inquérito da Polícia Federal.

De acordo com os investigadores, as empresas estariam envolvidas em uma campanha difamatória para prejudicar a imagem do projeto, visando influenciar negativamente a opinião pública e pressionar os parlamentares.

O Google negou veementemente as acusações, afirmando que não realizou qualquer campanha difamatória e que não se opõe à criação de leis que regulamentem os serviços de aplicações de internet. A empresa ressaltou seu compromisso com a transparência e o combate às informações falsas.

Por sua vez, o Telegram argumentou que publicou um texto opinativo para esclarecer pontos considerados controversos no projeto. Alegou que o texto era lícito, legítimo e alinhado ao direito de expressão de opinião, bem como ao dever de informação.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB), relator da PL das Fake News, pretende apresentar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) um panorama sobre todas as negociações sobre o texto do projeto, e apresentar o texto ainda neste semestre.

O Google chegou a apagar da página principal de seu mecanismo de busca na internet a afirmação que “O PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”. A retirada do link da página inicial do mais popular mecanismo de buscas da internet foi feita pouco após a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, determinar que o Google começasse a cumprir, tão logo notificada, uma série de medidas cautelares para corrigir “indícios” de que está censurando o debate público sobre o PL 2630.