As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e mira financiadores dos atos, incluindo os que bloquearam estradas

Bolsonaristas fazem manifestação em frente ao QG em Brasilia. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O cerco começa a se fechar contra bolsonaristas que promovem atos extremistas pelo país desde o resultado eleitoral do segundo turno que deu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Na manhã desta quinta-feira (15), a Polícia Federal (PF) deu início a uma operação que faz buscas contra pessoas ligadas a estes atos golpistas, entre eles os bloqueios de estradas promovidos por apoiadores de Bolsonaro. Investigadores consideram que trata-se da maior ofensiva já realizada conta os financiadores dos atos extremistas.

As diligências estão sendo realizadas em sete Estados – Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina -, além do Distrito Federal. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

 

A ofensiva é aberta três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, além de atearem fogo a carros e ônibus na capital federal. O estopim para a escalada nas ações dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foi a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A medida foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com a Polícia Federal, José Acácio Serere Xavante teria realizado atos extremistas em frente ao Congresso, no Aeroporto de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Lula e Geraldo Alckmin.

Após os atos considerados extremistas se espalharem pelo País com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Supremo determinou o desbloqueio de rodovias que foram tomadas pelos apoiadores do presidente. Além disso, a Corte máxima impôs multa aos veículos identificados como participantes dos atos – e ainda determinou que as Polícias e Ministério Público investiguem supostos líderes e financiadores das ações.

As ações levaram à abertura, no Supremo, de uma apuração “em razão da ocorrência, após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral, de diversos atos extremistas, nos quais grupos de caminhoneiros, insatisfeitos com o resultado do pleito, passaram a bloquear o tráfego em diversas rodovias do país, em modus operandi semelhante ao verificado nos Feriados da Independência de 2021 e 2022”.

No bojo de tal petição, o relator, ministro Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de contas bancárias de dez pessoas e 33 empresas diante da possibilidade de financiamento de ‘atos ilícitos e antidemocráticos’ que bloquearam rodovias em todo o País após a derrota do presidente Jair Bolsonaro nas urnas.

Com informações da Agência Estado

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