Uma força-tarefa internacional composta por autoridades colombianas, a Polícia Federal brasileira e a Interpol realizou uma operação conjunta que resultou na destruição de 12 garimpos ilegais na região amazônica. A megaoperação, denominada “Maloca Grande”, teve desdobramentos simultâneos no lado brasileiro da fronteira, onde sete dragas foram demolidas como parte da operação “Fronteira do Ouro”, nos municípios do Japurá e Santo Antônio do Içá, no Amazonas.

Segundo o diretor da Polícia Nacional da Colômbia, William René Salamanca, os garimpos serviam como fonte de financiamento para uma facção criminosa brasileira, originária do Norte do país. Essa organização utilizava os recursos obtidos ilegalmente para adquirir armas, explosivos e insumos químicos. As dragas destruídas tinham a capacidade de extrair 23 kg de ouro mensalmente, avaliados em R$ 7,3 milhões no total.

Durante a operação, foram identificados graves danos ambientais. As dragas despejavam mensalmente cerca de 114 kg de mercúrio nos rios Puré e Puretém, contaminando 68,4 milhões de litros de água na região habitada por comunidades indígenas Yurí e Aroje. O metilmercúrio, altamente tóxico, acumula-se nos tecidos dos peixes, representando uma ameaça à saúde de predadores, incluindo seres humanos.

O diretor Salamanca ressaltou a importância da operação para a recuperação do equilíbrio ecológico, combate às alterações climáticas e prevenção da contaminação massiva de água. O Ibama participou ativamente da ação, aplicando multas que totalizaram R$16 milhões a garimpeiros ilegais na região de fronteira.

O prejuízo estimado causado à atividade ilegal com a destruição dos equipamentos dos garimpeiros é de aproximadamente R$12 milhões, incluindo uma balsa avaliada em R$5 milhões que estava ativa no momento da operação. Essa ação representa um passo significativo na preservação da maior floresta tropical do planeta e na repressão a atividades criminosas que a impactam.