Repórter Brasil lança o Ruralômetro 2022, ferramenta de monitoramento dos deputados federais que ajuda eleitor na escolha para a CâmaraParlamentares da bancada do agro, acompanhados da ministra da agricultura, entregam pauta do setor ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Foto: Elaine Menke/Câmara do Deputados

Pelo menos 351 deputados federais votaram medidas contra o meio ambiente, os povos tradicionais e os trabalhadores rurais na atual legislatura – o que representa 68% da Câmara, ou 2 a cada 3 deputados. A conclusão é do Ruralômetro 2022, ferramenta de monitoramento dos deputados federais lançada nesta segunda-feira (15) pela Repórter Brasil.

A plataforma online revela quais são os deputados federais que mais prejudicaram o meio ambiente, os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores rurais. Para classificar o desempenho de cada político, foram analisadas 28 votações nominais e 485 projetos de lei que que abordam temas como: acesso a benefícios sociais, legislação trabalhista, fiscalização ambiental, economia sustentável, proteção a indígenas e quilombolas, dentre outros.

As informações são consultadas de forma simples, rápida e gratuita, e ajuda os eleitores a escolher seus candidatos nas eleições deste ano. Para conferir o Ruralômetro, acesse: https://ruralometro2022.reporterbrasil.org.br/

O deputado federal pior avaliado no Ruralômetro 2022 foi Nelson Barbudo (PL-MT), que está em seu primeiro mandato e representa a “nova direita” no Congresso. Ele foi o deputado mais votado pelo Mato Grosso em 2018 e apresentou ao menos oito projetos de lei que prejudicam o meio ambiente, como a proposta que impede a apreensão e destruição de equipamentos usados em crimes ambientais.

Os 10 deputados com a pior avaliação foram: Nelson Barbudo (PL-MT); Lucio Mosquini (MDB-RO); Delegado Éder Mauro (PL-PA); Nicoletti (União-RR); Vitor Hugo (PL-GO); José Medeiros (PL-MT); Caroline de Toni (PL-SC); Alceu Moreira (MDB-RS); Major Fabiana (PL-RJ); e Capitão Derrite (PL-SP).

Novo é o partido mais antiambiental

Em sua primeira legislatura, estreando com oito deputados, o Novo foi a legenda pior avaliada pelo Ruralômetro. Em segundo lugar ficou o PTB, seguido pelo PL, do presidente Jair Bolsonaro.

Santa Catarina é a unidade da federação com mais deputados mal-avaliados pelo ranking (94%), seguida por três estados da Amazônia Legal: Amazonas, Mato Grosso e Roraima (88% cada).

Além de agrupar os votos e os projetos de impacto socioambiental, o Ruralômetro mostra também quais deputados já foram multados pelo Ibama ou pelo Ministério do Trabalho, e também se o político recebeu doações eleitorais de pessoas que cometeram infrações ambientais e trabalhistas.

O Ruralômetro 2022 avaliou 499 dos 513 deputados, excluindo aqueles que participaram em menos de 10 das votações selecionadas, os suplentes que assumiram no meio do mandato e três deputados que morreram no decorrer da legislatura.

Principais resultados:

  • A cada 3 deputados federais, 2 atuam de forma negativa ao meio ambiente, povos indígenas e trabalhadores rurais (68% da Câmara)
  • Dos 20 deputados pior avaliados, 14 são novatos (primeiro mandato) e 13 são do PL
  • Estreante no Congresso, Novo tem a pior avaliação entre os 24 partidos da Câmara
  • 5 partidos tiveram 100% de seus deputados com atuação desfavorável a meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais: Novo, PTB, PP, Patriotas e PSC
  • Ao menos 16 deputados federais já foram multados por infrações ambientais
  • 119 parlamentares receberam doações eleitorais de infratores ambientais
  • Santa Catarina é a unidade da federação com mais deputados mal-avaliados pelo ranking (94%), seguida por três estados da Amazônia legal: Amazonas, Mato Grosso e Roraima (88%)

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