Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados

A maioria dos brasileiros desaprova o decreto do presidente Jair Bolsonaro que concedeu graça constitucional a deputado federal Daniel Silveira. A informação foi divulgada pela jornalista Monica Bergamo em suas redes sociais, a partir de recente pesquisa da Ipespe/XP. Conforme os dados, 56% dos brasileiros desaprovam indulto, enquanto 29% aprovam. “Praticamente o mesmo percentual de eleitores de Bolsonaro”, afirma a jornalista.

Silveira foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, no dia anterior ao decreto de Bolsonaro, a 8 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes e coação no curso do processo. Desde então, o deputado tem enfrentado as intimações e orientações da Corte.

Nesta quarta-feira (4), o deputado se recusou a ser intimado sobre a decisão do STF que determinou a manutenção do monitoramento por tornozeleira eletrônica. Além determinar que o deputado continue usando o equipamento, o ministro Alexandre de Moraes aplicou multa de R$ 405 mil pelo desuso da tornozeleira eletrônica, o bloqueio das contas bancárias do deputado e o envio de ofício ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para que seja feito o desconto do valor no salário do parlamentar.

Em documento anexado ao processo que trata das cautelares, uma oficial de Justiça do STF informou que foi à Câmara dos Deputados na manhã de hoje para intimar o deputado, que se recusou a receber o mandado com decisão de Moraes.

“Ao encontrá-lo e me identificar como oficial de Justiça do STF – ele se recusou a receber o mandado e ainda afirmou que não vai mais usar tornozeleira, pois está cumprindo o decreto do Presidente da República. Devolvo o presente mandado, submetendo esta certidão à apreciação superior”, escreveu a oficial ao devolver o mandado ao ministro Alexandre de Moraes.

Na decisão proferida ontem, Alexandre de Moraes afirmou que Silveira desrespeitou as medidas de monitoramento por 27 vezes ao deixar de carregar o equipamento.

“As condutas do réu, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo plenário do STF revelam o seu completo desprezo pelo Poder Judiciário, comportamento verificado em diversas ocasiões durante o trâmite desta ação penal e que justificaram a fixação de multa diária para assegurar o devido cumprimento das decisões desta Corte”, afirmou Moraes na sentença.

Além da pena de prisão, o deputado foi condenado pelo STF a perda do mandato, a suspensão temporária dos direitos políticos e ao pagamento R$ 200 mil de multa pela condenação. No entanto, as penas não serão cumpridas imediatamente porque ainda cabe recurso.

Com informações de Agência Brasil