Fotos: Adenir Britto/CMSJC
Por Mauro Utida para Mídia NINJA
As equipes do Serviço de Abordagem Social, da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), do Distrito Federal, estão sendo vítimas do novo coronavírus (covid-19). Dos cerca de 180 profissionais, 25 (13,8%) já foram afastados, entre cargos administrativos, técnicos e de ponta.
A informação de que profissionais da Sedes estão adoecendo, partiu de denúncia anônima de colaboradores que estão na linha de frente no atendimento à população em situação de rua. A acusação inclui desvio de função e aumento da carga horária de trabalho por conta dos serviços adicionais de entrega de marmitas e atendimento aos leitos de acolhimento.
Em nota, a assessoria de imprensa da Sedes informa que os profissionais da abordagem seguem os protocolos de segurança para uma abordagem segura, porém não se pronunciou sobre o aumento da jornada de trabalho, proporcionado pela entrega de marmitas durante a pandemia.
O serviço de abordagem social é composto por 28 equipes, cada uma com cinco pessoas, que fazem o trabalho na rua pelas regiões administrativas do Distrito Federal. O serviço conta com uma Van e inclui o motorista e assistentes sociais.
“Nos últimos dias, a função das equipes tem sido distribuir marmitas a população em situação de rua. Não houve acordo para um plano emergencial de trabalho e o aumento das horas extras tem exposto ainda mais os profissionais ao vírus”, informa a denúncia anônima.
A Sedes informa que agendou uma testagem conjunta de todos os profissionais da Abordagem Social para quarta-feira, dia 3 de junho, em parceria com a Secretaria de Saúde.
“Conforme as situações estão se apresentando, as medidas pertinentes estão sendo adotadas a fim de resguardar equipes e pessoas em situação de rua”, informou a Sedes em nota.
Serviço social
Atualmente são distribuídas cerca de 1 mil marmitas por dia. Além de entregar os alimentos à população em situação de rua no DF, são concedidas três refeições diárias nos alojamentos provisórios e nos Centros POP.
Recentemente, as marmitas entregues pela Sedes foram alvo de denúncias por estarem estragadas. A Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da Sedes esclarece que as equipes de abordagem social procedem, rotineiramente, com a verificação da qualidade das refeições e, ao identificar que estão impróprias, já retêm as mesmas.
Com relação ao número de leitos de acolhimento, a Sedes informa que houve um aumento emergencial, com 200 vagas no Alojamento Provisório do Autódromo, no Plano Piloto, e 200 vagas na unidade de Ceilândia, no Estádio Abadião. Vale destacar que Plano Piloto e Ceilândia são regiões com alto número de pessoas em situação de rua. Segundo a Sedes, todos os testes realizados com os alojados das unidades de acolhimento, resultaram negativo.