Fotografia que compôs a Galeria Pará, 4ª edição: fotografia coletiva de Cayo Aguiar, Tays Chaves e Damião Marcos

 

A 5ª edição do Festival Fotografia em Tempo e Afeto já está no fluxo! Como característica basilar, se concretiza a partir de intenso diálogo, encontros e colaborações que vêm de todas as direções do mapa. Com vivência na música e fotografia, a idealizadora Marcela Bonfim trata esse “entrelaçar” de pessoas e ideias, como composições. Os artistas da imagem, como compositores.

A Mídia Ninja, via Casa Ninja Amazônia e Ninja Foto são parceiras do evento conhecido por transformar em galerias a céu aberto, as ruas de Porto Velho e que neste ano provoca um olhar atento para o meio ambiente. Está aberta a convocatória para quem quer sua foto exposta em lambe-lambe para a população rondoniense, até o dia 20 de fevereiro. Interessados devem enviar uma imagem que verse sobre a proposta “Meu meio é o meio ambiente”.

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Marcela ressalta que não se trata exclusivamente de leituras sobre os territórios amazônicos. “O meio ambiente é o norte. Em tempos de emergências climáticas, essa proposta se estende também a reflexões sobre o nosso meio, seja em Rondônia ou seja em São Paulo. Quando se fala em meio ambiente, muita gente o relaciona à Amazônia, mas não devemos esquecer que nosso meio é onde vivemos. Então, não importa se você está no Brasil ou em Nova Iorque”. Então, é desejável que seja revelada a diversidade de temas e cenários que se correlacionam à proposta.

Marcela Bonfim é fotógrafa radicada em Rondônia; é ela quem organiza o festival de Porto Velho (Foto: Mídia Ninja)

E tem ainda a questão da invisibilidade que o festival deseja reverter. “Se nos apegamos demais à paisagem, acabamos esquecendo das identidades. No meio disso tudo também há pessoas fortemente impactadas, muitas vezes, que são obrigadas a abandonar territórios com o qual desenvolveram uma relação sagrada”. Assim, tudo isso deve ser levado em conta na hora da composição.

Ocupação digital

Os trabalhos selecionados também ocuparão a versão online da mostra coletiva, para que o mundo todo confira o resultado. Elas serão ainda, transpostas para um projeto de vídeo-arte e além disso, integrarão o catálogo da mostra.

Mas além do caráter exibitivo, o festival oferecerá workshop e oficinas via plataforma Zoom. A fotógrafa Elza Lima dá o start à programação, no dia 13 de fevereiro, com o workshop “Habitar Água, Enquanto A Terra Arde”, fechado, para até 50 pessoas. Ela é fotógrafa desde 1984 e seu trabalho se debruça sobre espaços Amazônicos, captando situações oníricas.

Já entre os dias 15 e 18 e 21 de fevereiro é a vez de João Roberto Ripper, documentarista que coloca a fotografia a serviço dos direitos humanos. Vai ser das 19h às 21h para até 25 pessoas. Fechando a série de capacitações, entre os dias 21 e 23 e 25 de fevereiro, o artista visual e educador, Uiler Costa-Santos ministra a oficina “Gestão de Acervo, Edição e Revelação com Adobe e Lightroom”, das 9h às 12h.

No caso da oficina de Uiler, as vagas são destinadas prioritariamente às pessoas pretas, LGBTQIA+ de qualquer região do país e para quem reside em Rondônia.

[Informações sobre o conteúdo do workshop, oficinas e como se inscrever, aqui!]

Programação da mostra

Depois dessa fase, no dia 1º de março começa a montagem das galerias nas ruas de Porto Velho. Qualquer pessoa poderá conferir o resultado pela internet, com a visita guiada que ocorre no dia 2 de março. A exposição virtual será lançada oficialmente no dia 8 de março; o vídeo-arte, no dia 17 de março e o catálogo online, no dia 27.

Entenda a estrutura do festival

Para mostrar as partes “de dentro” e “de fora” do Meio Ambiente, o festival irá trabalhar com o conceito de camadas, divididas por diferentes fotógrafos (as). Pensando nas 5 galerias; a primeira será composta pelos fotógrafos Pi Suruí e Eder Lauri; e atuando em linhas de composição; sendo a linha 1 e 2; respectivas à ordem das duplas;

Na 2ª galeria, contamos com a Paula Sampaio e Marcela Bonfim. Aline Motta e Lia Krucken estarão na composição da 3ª galeria. Rogério Assis e Washington da Selva integram a 4ª galeria e Rodrigo Masina Pinheiro, Gal Cipreste Marinelli e Ana Lira formam a galeria nº 5.

Já a segunda camada do festival contará com uma convocação pública, na qual os olhares dos compositores se misturam a outras perspectivas de meio ambiente que chegarão; sendo gratuita e aberta a todo o público interessado por fotografia.

Trabalhos de fotógrafos de todo país vão compor galerias a céu aberto, “instaladas” nas ruas de Porto Velho (Divulgação)

A 3ª camada será composta pelas intervenções de artistas convidados com suas performances, nos diversos suportes, imprimindo sentidos do “BerimbauOssauro” de Dom Lauro; das imagens interiores da vivência indígena de Márcia Mura, da espacialidade de “Coroas” do fotógrafo Uiler Costa-Santos, e dos varais da série “D’Água e Lama”, da fotógrafa Michele Saraiva, aos sentidos visuais construídos com a cidade.

A 4ª camada será a própria montagem e documentação das galerias, onde a ideia é captar as camadas que se formarão com o próprio meio ambiente e cotidiano da cidade, absorvida pelos fotógrafos e vídeo-maker, Saulo de Sousa, e Christyann Ritse, ambos artistas da região, que integrarão seus olhares às camadas sensoriais que surgirão.

A 5ª camada e as que seguem o fluxo visual serão compostas por cinco convidados que a partir das suas formas farão comentários sobre o processo visual dessas tantas camadas que iremos percorrer; como espectadores abrangendo, sobretudo, o lado de dentro de quem está exercitando “esse processo que é vital”, afirma Marcela.

Sobre a idealizadora

Economista, Marcela Bonfim, era outra até os 27 anos. Na capital paulista, acreditava no discurso da meritocracia. Já em Rondônia; adquiriu uma câmera fotográfica e no lugar das ideias deu espaço a imagens e contextos de uma Amazônia afastada das mentes de fora; mas latentes às vias de dentro.

As lentes foram além; captando da diversidade e das inúmeras presenças negras; potências e sentidos antes desconhecidos a seu próprio corpo recém-enegrecido. Em seu trabalho ela aborda a questão: quanto tempo demora, o negro, para se firmar nesse mundo (in)visível? Para saber mais sobre o trabalho de Marcela Bonfim: www.amazonianegra.com.br e www.madeiradedentro.com

Serviço

Convocatória para envio de trabalhos até 20 de fevereiro

13/02 | Workshop com ELZA LIMA: Workshop “Habitar Água, Enquanto A Terra Arde”, fechado, para até 50 pessoas

15, 16, 17, 18 e 21/02 | JOÃO ROBERTO RIPPER: Oficina “Bem Querer” das 19h às 21h, para até 25 pessoas

21, 22, 23 e 25/2 | UILER COSTA-SANTOS: Oficina “Gestão de Acervo, Edição e Revelação com Adobe e Lightroom” das 9h às 12h. Vagas destinadas prioritariamente às pessoas pretas, LGBTQIA+ de qualquer lugar, e  para residentes no estado de Rondônia, 20 vagas;

01/03 | Montagem das galerias nas ruas de Porto Velho, com breves entradas ao vivo pelo Instagram da mostra para acompanhamento das montagens

02/03 I Visita guiada online

08/03 | Lançamento da Exposição Online

17/03 | Lançamento do Vídeo-Conceito

27/03 I Lançamento do Catálogo online

 

Acompanhe as ações do festival pela internet:

Site: https://www.fotografiaemtempoeafeto.com/
Instagram: https://www.instagram.com/mostraaceuaberto/
Youtube: Festival Fotografia em Tempo e Afeto – YouTube