A Procuradoria-Geral da República irá retomar a análise dos inquéritos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, realizada em 2021 no Senado, afirmou o novo procurador-geral, Paulo Gonet. Com a decisão, Jair Bolsonaro pode voltar a ser investigado por acusações de infração sanitária, genocídio do povo Yanomami, e corrupção na negociação de vacinas, além do atraso em reconhecer os efeitos da pandemia e a falta de oxigênio em Manaus.

“Temos dados da CPI para serem avaliados, decisões do Supremo Tribunal Federal, que envia para a Procuradoria os achados que foram feitos no Congresso durante esse período”, apontou o Procurador-Geral.

Durante uma entrevista à GloboNews, Gonet afirmou: “Vamos reanalisar aquilo que for possível realizar ainda em termos de análise e de repercussão jurídica do que foi feito, e do que deixou de ser feito”. O relatório final da CPI, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), sugeriu 81 indiciamentos, incluindo o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-ministros como Eduardo Pazuello, Marcelo Queiroga e Onyx Lorenzoni.

Sob a gestão do ex-Procurador-Geral Augusto Aras, alguns pedidos de investigação da CPI tiveram pouco destaque no Ministério Público, com destaque negativo para atuação da ex-vice-procuradora-geral Lindôra Araújo, que livrou Jair Bolsonaro da grande maioria das denúncias.

Gonet destacou o compromisso de levar as investigações sobre os ataques às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023, até as “últimas consequências”, enfatizando a atuação republicana e respeitosa aos princípios constitucionais.