Deputados e senadores protocolaram ontem (24), requerimentos pedindo a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPIs) para investigar a tentativa de Jair Bolsonaro de interferir na autonomia da Polícia Federal, com base as declarações por Sérgio Moro de que o presidente insistia na troca do comando do órgão sem apresentar causas que fossem aceitáveis. Os parlamentares que fizeram o pedido são dos partidos PCdoB, PDT, PSOL, PSB e Cidadania.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também protocolou pedido de abertura de CPI para investigar as declarações de Moro. O requerimento diz que a comissão poderá ser formada por 31 deputados e 31 suplentes para, em até 120 dias, apurar a possível prática de atos e condutas irregulares de Bolsonaro.

O requerimento do PSB, do deputado Aliel Machado (PR), pede a investigação de Bolsonaro por interferência na Polícia Federal. O texto diz que “embaraçar investigação criminal” assim como a PF “pode constituir crime”.

Os deputados federais Túlio Gadêlha (PDT-PE) e Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também protocolaram requerimento de convocação de Sergio Moro para prestar depoimento como testemunha à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News.

No pedido, os líderes do Cidadania na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), e no Senado, senadora Eliziane Gama (MA), solicitam a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar a tentativa de interferência de Bolsonaro na Diretoria-Geral da PF. O requerimento pede que a CPMI tenha 43 deputados e 18 senadores para investigar, no prazo de até 90 dias, prorrogável por 60 dias, afirmações de Moro sobre a intervenção na PF e a tentativa “obter informações privilegiadas sobre inquéritos e investigações”. Na justificativa, os líderes qualificam as denúncias de Moro sobre o comportamento de Bolsonaro de “estarrecedoras”.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, o requerimento é cadastrado na internet e as assinaturas são recolhidas virtualmente. Para criar CPMI, é necessário o apoio de ao menos 171 deputados e de 27 senadores. No caso da CPI dos deputados do PSB e do PCdoB, seria preciso obter assinaturas de 171 colegas na Câmara.