Em um pronunciamento oficial no domingo (3), o Papa Francisco fez um apelo pelo fim dos ataques de Israel na Faixa de Gaza. Na última semana, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Parolin, afirmou que Israel estava cometendo “carnificina”, com mais de 30 mil mortes de palestinos, sendo a maioria crianças e mulheres. Não é a primeira vez que Papa Francisco se pronuncia sobre Gaza, mas é a primeira vez que o Vaticano sobe o tom diante do massacre.

“Todos os dias carrego em meu coração com dor o sofrimento das populações na Palestina e em Israel devido às hostilidades em curso, milhares de mortos, feridos, deslocados”, afirmou Francisco durante seu discurso, enfatizando as consequências devastadoras da guerra, especialmente para as crianças.

“Vocês realmente acham que podem construir um mundo melhor dessa forma? Acham mesmo que conseguirão a paz? Chega, por favor! Vamos todos dizer basta, por favor! Parem!”, afirmou Papa Francisco.

O Papa também fez um apelo para que Israel permita a entrada segura de ajuda humanitária em Gaza. Na última semana, soldados e drones israelenses atiraram contra uma multidão faminta de palestinos em uma fila de comida, no que resultou em 118 mortes e centenas de feridos, no que ficou conhecido como “massacre da farinha”. Israel confirmou que atirou contra a multidão, mas que não soube dizer quantos morreram.

Nos últimos meses, o Papa tem enfrentado uma série de problemas de saúde, incluindo uma inflamação pulmonar que o obrigou a cancelar uma viagem para a reunião climática da COP-28 em Dubai, em dezembro. Em janeiro, Francisco também teve dificuldade em concluir um discurso devido à bronquite.

O Papa também pediu a libertação de reféns, mantidos pelo Hamas e pelo Exército Israelense. Ainda é incerto se um cessar-fogo deverá ocorrer nesta semana, quando a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou que o acordo deverá ser feito nos próximos dias.