(Edifício SEC Armadillo/UNFCC)

 

Nicole Grell Macias Dalmiglio, para a Cobertura Coletiva NINJA na COP26

Nesta quarta-feira, dia 03 de novembro de 2021, aa Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, também conhecida como UNFCCC, promoveu evento com o intuito de demonstrar como e com qual intensidade o financiamento privado do clima está sendo articulado através de iniciativas tanto do setor público como privado.

O evento de Presidência, denominado “Delivering Finance for Developing and Emerging Markets”, o que em português seria “Entrega de Finanças para Mercados Emergentes e em Desenvolvimento”, aconteceu na Blue Zone, arena da COP26 onde ocorrem as discussões entre os chefes de Estado e os debates sobre temas chave para a pauta ambiental no cenário internacional.

Ao tratar do debate em torno das questões sobre justiça climática, o evento destacou os esforços de bancos multilaterais de desenvolvimento, instituições financeiras de desenvolvimento e doadores para viabilizar o financiamento privado do clima, buscando demonstrar o compromisso de uma seleta parte do setor privado em apoiar a transição climática em mercados emergentes e economias em desenvolvimento.

Yellen provoca mais financiamento do setor privado para ajudar no financiamento climático (International Monetary Fund)

À ocasião, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet L. Yellen, disse que financiamento público por si só não será suficiente para atender às demandas da crise climática. “O capital privado é essencial para o nosso sucesso. Enquanto trabalhamos para mobilizar esse capital, devemos continuar a nos concentrar em abordar os desafios que os mercados emergentes e os países em desenvolvimento enfrentam para atrair financiamento do setor privado”.

Esse evento está entrelaçado com à terceira meta basilar da COP26, a qual tem como objetivo mobilizar financiamento.

Espera-se que o G20 concretize o compromisso de ceder financiamento climático, mobilizando 100 bilhões de dólares por ano para países em desenvolvimento, até 2025. As instituições financeiras internacionais devem fazer parte desse processo, trabalhando para a liberação dos financiamentos dos setores tanto público como privado para assegurar a existência da rede global de promoção ao carbono zero.

O evento também lançou luz sobre a necessidade de mudanças estruturais adicionais necessárias para escalar a mobilização em apoio da meta de 100 bilhões de dólares, buscando uma maior participação do setor privado nesse processo. No entanto, é contraditório pensarmos que a “resposta” para melhorar as metas de financiamento estejam atreladas à setores que sobrevivem através de uma estrutura baseada em uma lógica de capitalização e acumulação de lucro, atrelada a setores muitas vezes responsáveis por boa parte da emissão de carbono e outros poluentes, como a agropecuária, a indústria têxtil, indústria do petróleo, entre outra.

O evento destacou o caso do Brasil, e a necessidade dos setores de financiamento ajudarem os países em desenvolvimento a se recuperarem da crise econômica, agravada de modo intenso pela pandemia da Covid-19, sem intensificarem as imissões de carbono ou fomentar atividades de degradação ao meio ambiente.

Assista aqui o evento na íntegra!

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