Neste domingo, acontece a 93ª Cerimônia da entrega do Oscars. Na corda bamba há alguns anos, a premiação tenta, sem muito sucesso, demonstrar que enxerga artistas não brancos, LGTBS, mulheres e imigrantes. Confira 9 curiosidades para ficar por dentro da maior premiação do cinema no mundo.

1) Em 92 anos de #Oscars foram entregues 3.140 estatuetas – destas apenas 44 vezes para uma pessoa negra, totalizando menos de 2% dos troféus entregues.

Como protagonista, apenas uma atriz foi consagrada vencedora até hoje Halle Berry, por A Última Ceia, em 2002. A 1ª atriz negra a ganhar um Oscar foi Hattie McDaniel em 1940, com um papel de serviçal no filme “E o vento levou”. A produção precisou se mexer, já que era proibido a entrada de negros no local da premiação. Isso a tornou a primeira pessoa negra a participar do Oscar.

Foto: John Kisch Archive

Parentesis para os homens negros: Chadwick Boseman é favorito para Melhor ator e o primeiro ator negro a concorrer postumamente. Sidney Poitier foi o primeiro artista negro a ganhar esta categoria no #Oscar em 1964, pela sua atuação em “Uma voz nas sombras”.

2) Em 1973, o vencedor de Melhor Ator por “O Poderoso Chefão” Marlon Brando não foi ao #Oscars em protesto pela inclusão de indígenas em Hollywood. Aatriz e ativista indígena Sacheen Littlefeather o representou, mas teve seu discurso cortado enquanto recusou a estatueta ao vivo.

3) Kathryn Bigelow é a única mulher na história do #Oscar a levar Melhor Diretora por “Guerra ao terror”, em 2010. Neste ano, pela 1ª vez, duas mulheres concorrem à categoria. Chloé Zhao, por Nomadland, e Emerald Fennell, por Bela vingança.

Ao todo mulheres venceram 28 vezes nas principais categorias. A última vez que uma roteirista venceu um #Oscars foi Diablo Cody em 2008, por exemplo. Desta vez mulheres são favoritas a melhor filme, direção e roteiro.

4) Presença asiática: Destaque para o sul coreano “Parasita” como melhor filme em 2020. A chinesa Chloé Zhao também é a 1ª mulher a concorrer em 4 categorias no mesmo ano: filme, direção, edição e roteiro adaptado. Yuh-Jung Youn (Minari) também é a 1.ª do país indicada na categoria. Sem esquecer que “Minari – Em Busca da Felicidade” de Lee Isaac Chung que é filho de imigrantes sul-coreanos, concorre à 6 prêmios: Melhor Filme, Melhor Roeiro, Melhor Direitor, Melhor Ator, Melhor Trilha Sonora e o já citado Melhor Atriz Coadjuvante.

Matt Petit / AFP

5) Para latinos as coisas estão bem distantes: Estudo realizado da Universidade do Sul da Califórnia (USC) apontou que latino-americanos são uma das minorias menos representadas: 3% desses papéis apresentam latinos. Entre os produtores e diretores latinos o número é de 4%. Foram 175 indicações nos 90 anos. Resultado: 4 atores vencedores, 2 atrizes receberam o Melhor Atriz Coadjuvante, 5 diretores receberam o prêmio de Melhor Diretor (todos mexicanos). Yalitza Aparicio foi 1ª latino-americana a disputar melhor atriz em 14 anos.

E este ano? O filme chileno ‘Agente duplo’, obra de Maite Alberdi sobre um lar de idosos, é o único representante da América Latina na premiação do #Oscar2021, na categoria melhor documentário de longa-metragem.

6) Talvez o maior retrato da tentiva do #Oscars2021 sejam as categorias de atuação: 9 entre os 20 indicados são pessoas não brancas. Ano passado era apenas 01: Cynthia Erivo. #OscarsSoWhite

7) LGBTS? Em 2017, Moonlight tornou-se o 1º filme com temática LGBT a levar o prêmio máximo do Oscar. Em 2018, a atriz Daniela Vega fez história sendo a 1ª transexual a apresentar um Oscar. O filme chileno “Uma Mulher Fantástica”, com Daniela Vega, levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Mais de 120 personalidades LGBT já subiram aos palcos do Oscar para receber prêmios. Sam Smith, a única pessoa não-binária desta lista, também foi uma das únicas pessoas LGBT a mencionar a representatividade em seu discurso. A primeira mulher lésbica premiada foi Jodie Foster, por Os Acusados, em 1988.

Dani Vega no Oscar 2018. Foto: Kevin Winter / Getty Images

8) Não-americanos: Maria Bakalova (Borat 2) é a 1º atriz búlgara a concorrer. O romeno “Collective” concorre em 2: melhor documentário e melhor filme internacional. Ainda na categoria de filmes estrangeiros temos representantes da Dinamarca, Hong Kong, Tunísia, Bósnia e Herzegovina.

9) Aos dados: Em 2015 as indicações de mulheres eram de 25% , em 2020 foram para 33% . 10% de não brancos para 19% em 2020. Parece que mobilizações como #BlackLivesMatter, #MeToo, #StopAsianHate e contra políticas abusivas de migração deram resultado inclusive em Hollywood.