Por Patrick Simão do Além da Arena

O Brasileirão Feminino 2024 começou! A competição é a responsável pelo crescimento interno e pelos maiores públicos do futebol feminino brasileiro, desde sua criação, em 2013. Antes, outras outras competições também foram muito importantes na reconstrução do futebol feminino no país, depois que a modalidade foi proibida entre 1941 e 1979. Esse processo é recente e começou apenas em 1983, com a Taça Brasil, competição que formou a base brasileira nas primeiras Copas do Mundo e, com alguns hiatos, durou até 2007.

Entre 2007 e 2016 tivemos a Copa do Brasil. Neste momento, o futebol feminino brasileiro ganhava popularidade com a histórica geração vice-campeã mundial de 2007 e medalhista de prata nas Olimpíadas de 2008 e 2012. Porém, o calendário ainda era escasso de datas e ganhou uma competição regular em 2013: o Brasileirão.

A primeira edição teve 20 clubes, com classificação via estaduais e uma divisão regionalizada com 4 grupos de 5 equipes. Os dois primeiros de cada grupo avançavam para a 2ª fase, com 2 grupos de 4. Novamente, os dois primeiros se classificavam, agora para disputar as semifinais, em um formato que durou até 2016.

A final foi paulista, com título do Centro Olímpico sobre o São José. A artilheira foi Gabi Zanotti, do Centro Olímpico, com 17 gols. Na temporada 2014, o título foi para a Ferroviária (SP). Na final, as Guerreiras Grenás superaram o Foz Cataratas (PR) e tiveram a artilheira do torneio, Raquel, com 14 gols.

O Centro Olímpico venceu a primeira edição do torneio (Foto: Leonardo Britos/FPF)

Em 2015, em outra final paulista, o Rio Preto superou o São José e a artilheira foi Gabi Nunes, do Centro Olímpico, com 14 gols. No ano de 2016, tivemos o único título fora do estado de São Paulo. O Flamengo (RJ) venceu o Rio Preto (SP) na decisão. A artilheira foi da equipe vice-campeã: Millene, com 10 gols.

Em 2017, o torneio iniciou um novo formato, com 16 equipes divididas em 2 grupos de 8. As 4 primeiras equipes de cada grupo avançavam para as quartas de final. Além disso, neste ano foi criada a Série A2 do torneio, que agora tinha acesso e descenso.

Foi também a partir desta temporada que o Corinthians disputou a sua 1ª final e, desde então, sempre esteve presente na decisão. O título foi decidido entre os alvinegros paulistas, com triunfo do Santos. A artilheira foi a argentina Sole James, das Sereias da Vila, com 18 gols. Em 2018 o Corinthians conquistou seu primeiro título e o Rio Preto foi novamente vice-campeão. A artilheira foi Danyelle, do Flamengo, com 15 gols.

A partir de 2019, a competição ganhou o formato que tem até hoje: 16 equipes disputando um turno único e as oito primeiras avançando para as quartas de final. No primeiro ano deste novo formato, a Ferroviária conquistou o bicampeonato, ao vencer o Corinthians nos pênaltis. A artilharia ficou com Millene, do Corinthians, com 19 gols. Em 2020 foi a vez do Corinthians ser bicampeão, ao bater o Avaí Kindermann (SC) na decisão. Carla Nunes, do Palmeiras, foi a artilheira com 12 gols.

Corinthians e Ferroviária construíram uma grande rivalidade nos últimos anos (Foto: Bruno Teixeira / Ag. Corinthians)

Em 2021, mais duas competições foram acrescentadas ao calendário nacional: a Super Copa do Brasil, com oito times jogando em sistema eliminatório, e a Série A3 do Brasileirão. Naquele ano, o Corinthians se tornou tricampeão brasileiro, ao vencer o Palmeiras na decisão. A artilheira foi Bia Zaneratto, do alviverde, com 13 gols.

A final de 2022, entre Corinthians e Internacional (RS) foi histórica. As duas partidas bateram o recorde de público no futebol feminino brasileiro até aquele momento: no jogo da ida, 36.330 pessoas compareceram ao Beira-Rio e, na volta, 41.070 assistiram a mais um título das Brabas, na Arena do Corinthians. A artilheira foi uma referência para a nova geração: Cristiane, do Santos, com 13 gols.

O recorde de público foi novamente batido, agora na final de 2023. No jogo da volta entre Corinthians e Ferroviária, 42.566 pessoas assistiram ao pentacampeonato das Brabas, que ampliaram sua hegemonia. A artilharia ficou com Amanda Gutierrez, que fez 13 gols pelo Palmeiras.

O Corinthians chegou ao pentacampeonato em 2023 (Foto: CBF)

A edição de 2024 terá muitas atrações. O Corinthians tenta manter sua hegemonia, agora com o técnico Lucas Piccinato, que assumiu o posto de Arthur Elias, que rumou para a Seleção Brasileira. As Brabas tem Gabi Portilho no sistema ofensivo e a equipe mais sólida dos últimos anos. O sistema ofensivo também tem mais atrações: Cristiane se transferiu para o Flamengo, Byanca Brasil está muito bem no Palmeiras e Priscila, de apenas 19 anos, é uma das grandes promessas brasileiras, tendo sido artilheira da Libertadores em 2023.

A audiência e o crescimento do público são constantes. Os jogos serão exibidos na Rede Globo, SporTV e TV Brasil, e começaram nesta sexta-feira (15).