No RJ, faixa de 15 metros associa Bolsonaro à fome, à guerra, à peste e à morte
Cristãos progressistas também lutam contra disseminação de fakenews
Uma faixa com 15 metros de comprimento com os dizeres “Bolsonaro é a fome, a guerra, a peste e a morte. Leia Apocalipse 6:8” foi pendurada hoje (28) à noite nos Arcos da Lapa, região central do Rio de Janeiro. A ação foi iniciativa de grupos de evangélicos e cristãos progressistas preocupados com os riscos que a reeleição de Bolsonaro pode trazer para os religiosos.
Eles temem pelas perseguições religiosas a cristãos que não apoiam Bolsonaro e a fiéis de outras religiões, especialmente de matrizes africanas. “Vejo com extrema preocupação a instrumentalização da fé e das Igrejas desde que Bolsonaro assumiu o poder. Muitos pastores não estão pedindo somente o voto, estão pedindo adoração a Bolsonaro – crescem os casos de cristãos que são ameaçados ou expulsos das igrejas por causa de seus posicionamentos políticos”, diz Thales Freitas, historiador e coordenador de pesquisa do coletivo evangélico Esperançar.
“Também não podemos aceitar que padres católicos e seus fiéis sejam agredidos, como vimos durante a campanha presidencial, nem que os seguidores de religiões de matrizes africanas sofram preconceito e outros tipos de violência e intolerância religiosa como aconteceu durante os 4 anos de mandato de Bolsonaro.”
Thales Freitas, aponta as semelhanças entre o cenário apocalíptico trazido pela bíblia e a gestão do atual presidente. “Analisando, por exemplo, a escalada da fome no Brasil ou a forma como o Bolsonaro conduziu a pandemia de COVID-19, sem nenhum interesse pela vida fica muito clara a postura apocalíptica de seu governo”, afirma Freitas.
Os cristãos progressistas também lutam contra disseminação de fakenews como a que afirma que, se eleito, Lula irá fechar as igrejas. “Tivemos oito anos de governo Lula e nenhuma igreja foi fechada. Na minha comunidade aconteceu exatamente o contrário: as pessoas prosperaram e conseguiram colaborar com a Igreja, que cresceu muito naquela época”, lembra. “Na verdade, quem está fechando as igrejas é o Bolsonaro porque elas estão sendo transformadas em diretórios políticos de adoração a Bolsonaro”, diz Freitas.