O webprograma Narrativas de Brasis é um desdobramento do livro Tropifagia: comendo o país tropical (Edufba, 2020, 337p.) e está no ar na TV Ninja – no Youtube

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No décimo episódio do Narrativas de Brasis, os temas debatidos são: universidade, produção de conhecimento, educação, extensão, fake news, negacionismo e sociedade. Mediado por Thiago Pondé e Aline Carvalho, o episódio conta com a participação das convidadas Ivana Bentes, pesquisadora, professora e Pró-Reitora de Extensão da UFRJ, Danielle Almeida, cientista da educação e ativista antirracista, Thiffany Odara, pedagoga, transfeminista e yalorixá, Márcio Carvalhal, educador freiriano, e Leonardo Boccia, músico e professor do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura/UFBA).

Ivana Bentes apresenta o conceito de extensão dentro do tripé universitário, pesquisa, ensino e extensão, e, como ele tem sido importante no momento agudo de crise que vivemos e no diálogo entre universidade pública e comunidades periféricas. Bentes comenta também a renovação e ampliação do acesso da população à universidade nos últimos anos e a virada obscurantista que métodos como as fake news implementaram na vida social. Além da ampliação de vagas e do acesso à universidade por jovens negros e coletivos periféricos, a Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ ressalta ainda a diversidade como um critério científico da produção de conhecimento.

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Danielle Almeida fala sobre a narrativa hegemônica construída no sistema educacional do país, que silencia outras vozes e histórias como as dos povos originários e a dos povos negros escravizados, e revela tecnologias sociais que começaram em território africano (norte) e asiático (ocidente) como a agricultura – que foram utilizados de maneira exploratória e estratégica pelos colonizadores. “O centro do sistema mundo daquela época, – anterior ao século 16 -, era o mundo árabe-mulçumano. Era ali que florescia a ciência e os conhecimentos avançados”. Fazendo uma ponte entre a Idade Média e a atualidade no Brasil, Almeida aponta a similaridade entre a ausência de produção de ciência na noite de mil anos – pela crença que de Deus e ciência não se misturam – e o contexto político presente.

Thiffany Odara conta seu percurso acadêmico e as dificuldades de inserção como mulher trans na academia e na escola, além de ressaltar referências intelectuais negras como Carla Akotirene, Kimberlé Crenshaw, e outras, da pesquisa que desenvolveu e que culminou no livro “Pedagogia da Desobediência” (Devires, 2020).

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Márcio Carvalhal discorre sobre o conceito de educação integral, que se opõe ao conceito tradicional de educação enquanto formação profissional, e apresenta historicamente como a educação brasileira incorporou preceitos estadunidenses e europeus. Para Carvalhal, a educação deveria ser ferramenta para o desenvolvimento de diferentes inteligências e para a resposta a diferentes questionamentos de ordem filosófica dos sujeitos.

Leonardo Boccia fala sobre a importância da arte para as sociedades. Para Boccia, a arte seria o coração de uma sociedade. O professor afirma que não há educação e humanidade sem arte e o artista é o agente social que propõe reviravoltas importantes na dinâmica dos tempos históricos.

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O episódio conta ainda com imagens da Mídia Ninja, do movimento de rua 15M, em 2019, a favor da educação pública, e com a música de Boccia, Agon Brasilis, como trilha sonora.

Ao fim, as convidadas e convidados respondem à provocação central do programa: “O que é o Brasil pra você?”

Para assistir, acesse na TV NINJA: Narrativas de Brasis: Narrativas do Conhecimento| Episódio 10 – YouTube.

Para saber mais sobre o Narrativas de Brasis siga @tropifagia no Instagram.