Janaína Silva, de 22 anos, foi estuprada e morta dentro de uma sala de aula da Universidade Federal do Piauí

Foto: reprodução/ redes sociais

A morte que chocou a comunidade universitária da Federal do Piauí (UFPI) foi lembrada na tarde dessa segunda-feira (30) durante uma caminhada que terminou com um uma vigília na sede da reitoria, no campus de Teresina. A estudante negra de jornalismo, Janaína Silva Bezerra, de 22 anos, foi morta com sinais de tortura e estupro em uma das salas do curso de pós-graduação de Matemática, no sábado (28).

O principal suspeito, Thiago Mayson, estudante do curso de pós-graduação em matemática, foi preso e confessou que teve relações sexuais com a vítima, mas que não teria ele sido o responsável pela morte.

Ele chegou a relatar à polícia que os dois tiveram sexo consensual, até que a jovem desmaiou em dois momentos. Na segunda vez, ele saiu da sala com a jovem nos braços, segundo ele, para buscar ajuda. Os seguranças informaram, segundo a polícia, que a jovem tinha manchas de sangue nas partes íntimas e já estava sem pulsação.

Centenas de pessoas participaram da passeata entre a reitoria e o CCE. Ao chegarem no carretel (espaço de convívio do curso de jornalismo) colocaram um altar com a foto de Janaína e os livros que ela gostaria de ler, além de flores. No local, mais velas foram acesas. O espaço era bastante frequentado por Janaína, segundo os organizadores.

“Esperávamos algumas pessoas, mas não essas centenas. Isso tudo é por Janaína e para que à Justiça seja feita, para que outras mulheres pretas não sejam violentadas e para que a universidade se responsabilize pelos seus erros. Mas nada disso justifica um estuprador violentar uma mulher, a culpa nunca é nunca vai ser da vítima”, Clara Bispo, representante do Cacos.

No Espaço Carretel, uma roda de homenagens religiosas foi aberta e fiéis do candomblé, umbanda, catolicismo e protestantismo prestaram suas orações á Janaína.

O diretor de Administração Acadêmica da UFPI, Leomá Matos, afirmou que a instituição está colaborando com as investigações e reforçou que a festa que acontecia no Diretório Central dos Estudantes (DCE) na madrugada em que Janaína foi morta, não foi autorizada.

“As festividades que ocorreram nesse intervalo de madrugada de um dia útil para um dia não-útil, a instituição, ao perceber a necessidade de socorro à vida, prontamente, prestou todo o acompanhamento necessário. Como não tínhamos conhecimento formal sobre a necessidade desse evento, nossos seguranças se encontravam fazendo a ronda patrimonial das instalações da universidade”, comentou.

“Nossa instituição está aguardando os procedimentos de investigação pra que a gente possa identificar em que momento ocorreu essa falha, pra que possamos fazer essa correção. Não conseguimos ainda identificar se houve algum equívoco institucional”, concluiu.

*Com informações do G1 Piauí