Uma triste cena se desenrolou nas águas da lagoa Mundaú, em Maceió, entre os dias 30 de dezembro e 02 de janeiro, quando milhares de peixes apareceram mortos, gerando preocupações ambientais e afetando diretamente a vida dos pescadores locais. A lagoa, que já enfrentava problemas decorrentes do rompimento da mina 18 da Braskem no mês passado, agora testemunha mais um grave crime ambiental e levanta questões sobre a saúde do ecossistema.

Em dezembro de 2023 o colapso da mina 18 da Braskem na lagoa Mundaú levou o município de Maceió a declarar estado de emergência. A empresa, que explorou sal-gema por mais de 40 anos às margens da lagoa, enfrenta agora suspeitas de crimes ambientais, sob investigação da Polícia Federal.

O desastre de dezembro resultou no afundamento do solo em cinco bairros e na remoção de 60 mil pessoas de uma área que representa cerca de 5% da cidade. Agora, com a mortandade de peixes, a comunidade local pede ações imediatas para conter os danos ao meio ambiente e às atividades pesqueiras.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra uma área às margens da lagoa coberta por peixes mortos, com uma moradora expressando sua indignação pela situação. “Olha que malvadeza com os pescadores. Com certeza o sururu [principal espécie pescada na lagoa] também vai morrer”, lamenta a mulher no vídeo, enquanto cita a Braskem como responsável pelos problemas enfrentados pelos pescadores.

No dia 31 de dezembro, técnicos do laboratório do Instituto do Meio Ambiente (IMA) iniciaram a coleta de amostras de água em vários trechos da lagoa, procedimento que continuou até o dia 01 de janeiro. As amostras serão submetidas a análises laboratoriais para avaliar a qualidade da água e identificar possíveis causas para a morte em massa dos peixes.

O IMA continua monitorando de perto a situação na Lagoa Mundaú e incentiva a população a utilizar os canais de denúncia, como o aplicativo IMA Denuncie.