“Ela foi uma amiga, foi parceira de rua, foi colunista da rede. É uma forma de mantê-la viva”, conta a co-fundadora da Mídia NINJA, Dríade Aguiar

Foto: Mídia NINJA

A Mídia NINJA foi uma das 36 instituições homenageadas com o Prêmio Marielle Franco, nesta terça-feira (6), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de organizações que trabalham em defesa e valorização dos Direitos Humanos, como Redes da Maré, a Casa Preta da Maré, e a mãe da ex-vereadora, Marinete Silva. A rede de comunicação independente foi representada por Dríade Aguiar, co-fundadora da Mídia NINJA.

Criada em fevereiro deste ano, a homenagem leva o nome da vereadora e cria da Maré, Marielle Franco, assassinada há quatro anos e que tinha como principal atuação a defesa dos direitos das mulheres, da população negra e periférica e da comunidade LBGTQIAP+. O projeto tem autoria das deputadas Renata Souza (PSol), Enfermeira Rejane (PCdoB) e Mônica Francisco (PSol).

“Esse prêmio é muito importante dentro do contexto de 2022, que foi um ano de luta, como as eleições, então o reconhecimento vem a partir daí também e é importante dividir isso com as organizações tão importantes agraciadas hoje. Mas também é algo especial de ser um prêmio com o nome da Mari. Ela foi uma amiga, foi parceira de rua, foi nossa colunista, então, é uma forma de mantê-la viva, que é uma das tarefas que levamos muito a sério. Acima de tudo também é reconhecer que a comunicação é uma ferramenta de luta pelos Direitos Humanos, é reconhecer que contar histórias de pessoas negras, mulheres, indígenas, periféricos e LGBTQIA+ é falar nossas potências e curar nossas feridas”, afirma Dríade.

Foto: Mídia NINJA

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Homenageados

Para a deputada estadual, cria da Maré e autora do projeto, Renata Souza, “é uma honra poder homenagear essas lutadoras e lutadores que constroem cotidianamente, nas favelas e periferias, a resistência e enfrentamento a tantas violações de direitos humanos”, relata.

Fundada em 1990, a Redes da Maré recebe a homenagem pelas ações e realizações no eixo Arte, Cultura, Memórias, Identidades, Direito à Segurança Pública, além do fortalecimento do desenvolvimento territorial. Outra iniciativa premiada é a Casa Preta, projeto da Redes da Maré, cuja construção parte da coletividade e do pensamento crítico sobre raça, favela e identidade. Um dos grandes feitos da Casa Preta é a Escola de Letramento Racial, curso com três meses de duração para jovens de toda a Maré que aborda através da história, da vivência e com sensibilidade o racismo que atravessa o território e os corpos pretos.

Carlos André, coordenador da Casa Preta, acredita na força da favela e enfatiza a importância da premiação para essas construções: “A expectativa é grande e das melhores. O prêmio vem para confirmar a potência que é o trabalho da Redes e mostrar o quanto a proposta da Casa Preta é desafiadora, transformadora e contemporânea”, conta.

O Observatório de Favelas, Coletiva Resistência Lésbica, Instituto Trans Maré e Bloco Se Benze Que Dá são outras organizações que compõem a lista de projetos reconhecidos. Além destes, Marinete Silva, mãe de Marielle Franco, também receberam a grande homenagem.