Tsunami da Educação em Salvador (BA) — Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Por Geovanna Coelho / Estudante NINJA

Avaliando todos os cortes e retrocessos que pautam a estruturação da agenda de governo bolsonarista, os novos contigenciamentos e a negligência referentes ao fornecimento de condições básicas à manutenção e permanência de uma educação pública, gratuita e de qualidade nas instituições federais e estaduais brasileiras se torna uma realidade cada vez mais distante. Na noite desta terça-feira, dia 30/07, o Ministério da Economia anunciou mais um dos cortes determinados pelo Governo, calculados em um bloqueio de R$ 348 milhões do orçamento que seria destinado ao Ministério da Educação. Tal ação já soma R$ 6,1 bilhões bloqueados, visto, portanto, como o maior dos cortes da Esplanada dos Ministérios, já previstos.

Tendo em vista, o sucateamento e as posturas hostis do presidente Jair Bolsonaro, nós, estudantes brasileiros, nos colocamos nas trincheiras de luta e resistência pela defesa da nossa educação e, consequentemente, do futuro de todos os jovens brasileiros. Pautamos a retirada de todos os cortes e mordaças que visam limitar a educação pública do nosso país. Com o avanço de medidas conservadoras e neoliberais no Brasil e no mundo, resistiremos pela liberdade de nossas expressões enquanto cidadãos que queremos mais investimentos na iniciativa científica e demais centros de ensino dispersos pelo país.

A educação não deve ser vista como mercadoria, nem sequer uma despesa pública. Pelo contrário, o conhecimento devolvido proporcionam o (re)ssurgimento e empoderamento das minorias sociais que, através da educação, constroem novas alternativas de inclusão e ascensão em um país ainda tão controverso, preconceituso, excludente e desigual. Diante dos últimos projetos em destaque, os quais visam controlar e abalar o sistema educativo plural e democrático em construção progressiva no Brasil – a exemplo do caso da Escola sem Partido, a PEC dos Gastos, a proposta de Reforma do Ensino Médio, os cortes relativos ao FUNDEB e aos próprios institutos federais, o projeto terceirizador Future-se, os mecanismos de ataque e censura aos trabalhos múltiplos desenvolvidos pelos educadores brasileiros -, nós precisamos reagir e nos colocar nas ruas, em postura combativa, pela continuidade do sistema educacional público, livre de quaisquer opressões e restrições. Vendo a educação como ponto central de integração entre os filhos e filhas da classe trabalhadora, dentre eles(as) mulheres, negros e negras, LGBT´s, pessoas com deficiência, cotistas e suas demais pluralidades, RESISTIMOS.

Diante dos retratos históricos que motivaram a construção das jornadas de luta pela educação dos dias 15 e 30 de maio, os estudantes mostraram a sua força e autonomia de combate nos espaços de massa que compõem o retrato de enfrentamentos diante dos inúmeros cortes já anunciados pelo Governo. Seguiremos fazendo balbúrdia nas ruas, nas escolas e nas universidades espalhadas pelo país. Nossos livros e nossos lápis são nossas melhores armas. Mexeu com a educação, mexeu com todos. RESISTIREMOS.