Através de fotografias pessoais dos moradores, o projeto Memória Fotográfica – Olhares de Nossa Gente busca resgatar a história dos bairros de Realengo, Padre Miguel e Bangu, localizados na zona oeste, subúrbio do Rio de Janeiro. Por uma questão de segregação socioespacial, a região é constantemente citada ao se falar sobre violência na cidade, mas os responsáveis pelo evento lembram que esse mesmo lugar é um disparador cultural para o Rio de Janeiro e para o Brasil.

Foto: João Gama

Desenvolvido dentro da Agência de Redes Para a Juventude, metodologia que apoia jovens favelados e periféricos do Rio de Janeiro a se desenvolverem e criarem ações de impacto em seus territórios, o grupo que defende o direito à memória e ao lazer é formado por Caio Fragoso, Caio dos Anjos, Álvaro Mendes, Rafael Souza e Beatriz Escudero.

“Nessa exposição, abordaremos a zona oeste como um centro de resistência pelo direito à cultura por meio de registros que expõem a capacidade dos moradores em construírem afetos e festejos. Os blocos de rua, os bailes blacks, as batalhas de rimas e campeonatos esportivos são eventos que nos ajudam a compreender a história desses bairros, os laços comunitários e a identidade baseada em um território. Além disso, buscamos humanizar manifestações artísticas marginalizadas, já que a mídia se esforça em enfraquecer esses movimentos”, defende o grupo.

Foto: Museu de Bangu

O lugar escolhido para a exposição foi o Espaço Cultural Viaduto de Realengo, ponto de cultura ao ar livre, com grande fluxo de gente e importante equipamento artístico do Rio de Janeiro, onde acontecem batalhas de rimas, exibições de filmes, rodas de conversa, entre outras ações. Oberdan Mendonça é o idealizador e responsável pelo local.

Além da exposição com as fotografias dos moradores, “Memória Fotográfica – Olhares de Nossa Gente” contará ainda com uma oficina de colagens e uma roda de conversa, conduzida por Iná Cholodoski.

O evento será aberto ao público e acontecerá a partir das 13 horas do dia 1 de dezembro.