Mauro Cid confirma operação do gabinete do ódio no governo Bolsonaro
Em novo trecho da delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirma que gabinete do ódio operava no Planalto
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro revelou novos detalhes sobre o funcionamento do chamado “gabinete do ódio” e das milícias digitais. Mauro Cid segue em prisão domiciliar por determinação do Supremo Tribunal Federal.
Em novo trecho da delação publicado por Bela Megale, no O Globo, Cid aponta que o gabinete do ódio era formado por assessores do ex-presidente, e que tinha como objetivo proferir ataques contra autoridades, difundir desinformação e, ao fim, obter ganhos políticos ou ideológicos. O grupo era liderado por Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, e composto por outros assessores, como Filipe Martins, Allan dos Santos e Luciano Hang.
Até agora, Cid já revelou que: Bolsonaro queria esconder investigados pela PF no Alvorada; o gabinete do ódio era financiado por empresários e apoiadores de Bolsonaro; Bolsonaro sabia dos planos de atos golpistas em 7 e 8 de janeiro de 2023, tendo articulado encontro com apoiadores e financiadores; Bolsonaro era um líder autoritário e tinha um plano para tomar o poder de forma ilegal; o ex-presidente ordenou falsificação dos certificados de vacina contra Covid-19.
Cid também revelou que as milícias digitais, grupos de apoiadores de Bolsonaro que atuam nas redes sociais, eram financiados pelo próprio ex-presidente. Segundo ele, Bolsonaro enviava dinheiro para esses grupos por meio de terceiros, como empresários e políticos.
As revelações de Cid podem complicar ainda mais a situação de Jair Bolsonaro, que foi condenado a inelegibilidade por oito anos, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral. O ex-presidente já é investigado por diversos crimes, incluindo a organização de atos antidemocráticos e a incitação à violência. As novas informações podem levar à abertura de novas investigações contra ele.
Essa notícia em resumo:
- Mauro Cid revelou que o gabinete do ódio era um grupo de assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro que tinha como objetivo atacar autoridades, difundir desinformação sobre o sistema eleitoral e, ao fim, auferir ganhos políticos ou ideológicos.
- O grupo era liderado por Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, e composto por outros assessores, como Filipe Martins, Allan dos Santos e Luciano Hang.
- As milícias digitais, grupos de apoiadores de Bolsonaro que atuam nas redes sociais, eram financiadas pelo próprio ex-presidente.
- As revelações de Cid ainda estão sendo investigadas pela Polícia Federal. No entanto, elas já provocaram uma onda de críticas a Jair Bolsonaro, que é acusado de estar envolvido em um esquema de disseminação de fake news e de incentivo à violência.
“Bolsonaro, autor intelectual da tentativa de golpe”
Até o momento, Mauro Cid revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro queria esconder investigados pela PF no Palácio da Alvorada. Cid disse que Bolsonaro chegou a pedir para que ele trouxesse para o Alvorada investigados pela Polícia Federal por ataques às instituições democráticas.
Além dessas revelações, Cid também relatou que Bolsonaro era um líder autoritário e que tinha um plano para tomar o poder de forma ilegal. Ele disse que Bolsonaro queria dissolver o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, e que estava disposto a usar a força para isso.
No relatório da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito do Golpe, Jair Bolsonaro é apontado como autor intelectual dos atos golpistas de 8 janeiro. Mauro Cid chegou a depor na CPMI, mas não respondeu nenhuma pergunta dos deputados e senadores. Ele foi indiciado por participação nos atos golpistas.
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