O nome da vereadora assassinada no Rio de Janeiro foi projetado com informações: “Marielle foi punida com a morte por criticar a ação de policiais”

Em mensagem no telão, Marielle foi morta por criticar a ação de policiais. Foto: Reprodução

Por Mauro Utida

O nome de Marielle Franco foi projetado junto de outros defensores dos direitos humanos em homenagem do músico inglês Roger Waters que está nos Estados Unidos promovendo sua turnê, This is not a drill (Isto não é uma broca; em tradução livre).

No telão, o nome da ex-vereadora e defensora dos direitos humanos foi projetado com o nome da cidade do Rio de Janeiro, onde ela foi assassinada, com os dizeres em inglês “crime: criticised cops”, “punishment: death”. Algo como “Marielle foi punida com a morte por criticar a ação de policiais” na tradução para português.

A companheira de Marielle, Mônica Benicio, agradeceu nas redes sociais a homenagem de Roger Waters, a quem ela definiu como “amigo querido” e “companheiro de luta” que “soma o nosso grito: Marielle Presente!”.

“Nos tiraram Marielle. Me tiraram minha mulher, minha companheira. O que nunca vão conseguir tirar é a sua história”, escreveu Monica.

Ato político

Esta não é a primeira vez que o músico, líder da lendária banda Pink Floyd, homenageia Marielle Franco. Em sua última passagem pelo Brasil, em 2018, ele vestiu uma camiseta com os dizeres “lute como Marielle Franco” e recebeu no palco do Maracanã familiares da vereadora.

Naquele ano Waters também fez uma série de projeções criticando lideranças da extrema-direita global como o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Por causa disso, o músico passou a ser criticado por sua postura política. Na ocasião, Waters mandou um recado para quem não quer vê-lo falar sobre política e direitos humanos. “

Se você é uma daquelas pessoas ‘Eu amo Pink Floyd mas não suporto as mensagens políticas’, seria bom pra você cair fora agora e ir para o bar”, declarou.

Quem mandou matar Marielle?

Marielle Franco foi assassinada no dia 14 de março de 2018 em um atentado ao carro onde estava. 13 Tiros atingiram o veículo, matando também o motorista Anderson Pedro Gomes. Duas pessoas estão presas acusadas de serem os executores dos assassinatos de Marielle e do motorista Anderson – o sargento reformado da polícia Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio de Queiroz -, mas o mandante do crime ainda não foi identificado. Quatro anos depois a pergunta: “Quem mandou matar Marielle?”, permanece sem resposta.