O ato contou com a participação de organizações da juventude, negros e indígenas (Oliver/Mídia Ninja)

 

Marcos Felipe Sousa, para a Cobertura Colaborativa NINJA na COP26 

Marcha pela justiça climática realizada em Glasgow marca o quinto dia da COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). O ato contou com a participação de organizações da juventude, negros e indígenas. Eles alertaram sobre as emergências climáticas, os ataques à territórios indígenas e racismo ambiental.

Mobilizado pelo movimento climático das juventudes “Fridays for Future”, o protesto teve a participação de cerca de 25 mil pessoas, segundo o jornal Washington Post.

A ativista Greta Thunberg expôs a exclusão da sociedade civil na agenda oficial da COP26 e o “greenwashing” realizado por grandes empresas e Estados. Questionando os fins da COP26, ela sinalizou: “esta não é mais uma conferência climática. É um festival de ‘greenwashing’ do Hemisfério Norte”. O termo faz referência ao paradigma da sustentabilidade enquanto apenas uma moeda de troca para ganhos econômicos e relações comerciais.

Membros da Coalização Negra por Direitos discursaram e divulgaram uma carta intitulada “Para controle do aquecimento do planeta – desmatamento zero: titular as terras quilombolas é desmatamento zero”. O documento foi assinado por 250 organizações, em que cobram medidas diretas no combate ao racismo ambiental e a titulação de terras quilombolas como saída para o desmatamento zero na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.

Indígenas da Amazônia brasileira e equatoriana estiveram presente na marcha e reivindicaram a demarcação das terras indígenas na Pan-Amazônia. Estes acusaram o ataque de garimpeiros no território dos povos Munduruku e Yanonami, a contaminação dos rios e os assassinatos realizados por invasores em suas terras. Em outubro, lideranças indígenas divulgaram o terrível crime em que duas crianças indígenas na Terra Yanomami foram sugadas por um maquinário utilizado no garimpo. Os ativistas também criticaram a agenda antiambiental de Jair Bolsonaro e a sua responsabilidade diante da pandemia da COVID-19.

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