Foto: Carlos Magno

A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) votou a favor da abertura de um processo de impeachment contra o governador Wilson Witzel (PSC), conhecido por ter promovido uma política de segurança pública que na verdade era um projeto de extermínio das populações mais vulneráveis. A maioria dos deputados se posicionou favoravelmente.

Normalmente, a abertura do processo é uma decisão que cabe apenas ao presidente da Casa –atualmente, o deputado estadual André Ceciliano (PT). Apesar disso, ele realizou uma espécie de votação simbólica no plenário para determinar o prosseguimento. Até esta quarta-feira (10), havia 14 pedidos de impeachment na mesa diretora da Alerj, e a ideia é que alguns dos ofícios sejam juntados numa única denúncia.

A disposição da Alerj de votar o impeachment disparou ontem após parlamentares afirmarem terem sido chantageados com dossiês, que seriam produzidos pelo Palácio Guanabara, para pressioná-los a votar contra o afastamento.

Com a abertura do processo e a publicação em Diário Oficial, os partidos terão 48 horas para indicar representantes de uma comissão especial que analisará a admissibilidade da denúncia. Witzel será notificado para apresentar defesa no prazo de dez sessões.

Depois que a comissão emitir seu parecer, uma votação nominal será aberta para que os deputados decidam a favor ou contra o recebimento da denúncia.

Se a maioria for favorável, Witzel será temporariamente afastado. Em seguida, será formado um tribunal misto de julgamento, com parlamentares da Alerj e desembargadores do Tribunal de Justiça. Eles serão responsáveis por votar a favor ou contra o afastamento definitivo do governador.