Por José Carlos Almeida

No discurso de abertura da COP28, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fez uma chamada relevante à ação urgente diante da crise climática global. Lula citou a renomada ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Wangari Maathai, ao ressaltar: “A geração que destrói o meio ambiente não é a geração que paga o preço”. Lula abordou a urgência, destacando que o mundo tem apenas até o final desta década para evitar que a temperatura global ultrapasse um grau e meio acima dos níveis pré-industriais. Em um cenário preocupante, 2023 já é considerado o ano mais quente dos últimos 125 mil anos, com a humanidade enfrentando secas, enchentes e ondas de calor extremas.

O líder brasileiro ressaltou as consequências palpáveis no Brasil, incluindo uma das secas mais trágicas da história na Amazônia, tempestades e ciclones no Sul, e sublinhou a necessidade de ações imediatas. Em suas palavras, “A ciência e a realidade nos mostram que desta vez a conta chegou antes”.

Lula apontou para a insuficiência dos acordos climáticos e das metas de redução de emissões, enfatizando a necessidade de ações concretas. Ele questionou o verdadeiro comprometimento dos líderes mundiais em salvar o planeta, destacando a disparidade de gastos em armas, em comparação com o financiamento insuficiente para combater a fome e as mudanças climáticas. O presidente brasileiro destacou a injustiça climática, observando que as populações mais pobres são as mais afetadas. Ele ressaltou a responsabilidade compartilhada na luta contra as desigualdades sociais e econômicas, afirmando que “Não é possível enfrentar a mudança do clima sem combater as desigualdades”.

Lula compartilhou os compromissos do Brasil, incluindo metas climáticas mais ambiciosas do que muitos países desenvolvidos, a redução drástica do desmatamento na Amazônia e a visão de uma transformação ecológica. Ele enfatizou a importância de uma economia menos dependente de combustíveis fósseis e concluiu reiterando a disposição do Brasil. Nas palavras finais do presidente: “Não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie, chamada Humanidade”. O discurso de Lula na COP28 destaca não apenas a urgência climática, mas também a necessidade de ações efetivas e cooperação global para enfrentar o desafio mais premente de nosso tempo.