A falta de representatividade e oportunidades para os criadores de conteúdo negros na capa da Forbes foi criticada por seguidores da revista nas redes sociais

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Por Cley Medeiros

Na última terça-feira, a Forbes lançou sua aguardada lista “Top Creators”. No entanto, um padrão alarmante se renova a cada edição: a ausência quase total de criadores de conteúdo negros. O que deveria ser uma celebração da inovação digital revela ser um espelho das desigualdades arraigadas na indústria.

A falta de representatividade e oportunidades para os criadores de conteúdo negros na capa da Forbes foi criticada por seguidores da revista nas redes sociais. A lista desse ano, da edição 177, incluiu Maisa Silva, Whindersson Nunes, Bianca Andrade, Larissa Manoela, Lucas Rangel, Tata Estaniecki, Virginia Fonseca, Jade Picon, Enaldinho e Flávia Pavanelli.

Para muitos profissionais negros, a luta é dupla. Além de enfrentar os desafios habituais dos algoritmos, que muitas vezes favorecem imagens de pessoas brancas, há a batalha silenciosa pela visibilidade e oportunidades equitativas. Produzir conteúdo relevante não é suficiente; é necessário produzir em excesso para garantir um espaço na mesa onde as decisões são tomadas.

No Brasil, um país onde a diversidade é vibrante, os números contam apenas parte da história. Embora haja influenciadores negros talentosos e visionários, o reconhecimento e as oportunidades muitas vezes escorrem por entre os dedos. A lista da Marketing Scope, divulgada em fevereiro deste ano, reflete essa lacuna, com apenas dois nomes negros entre os mais admirados pelas marcas e agências de publicidade.

Além disso, um recente estudo da Bloomberg BusinessWeek, como ressaltado pelo site Mundo Negro, expôs uma disparidade gritante: influenciadores brancos frequentemente recebem compensações financeiras maiores do que seus colegas negros, mesmo quando estes últimos possuem audiências maiores ou geram conteúdos inovadores. Apropriação cultural é apenas uma faceta dessa realidade cruel, onde a criatividade dos criadores negros é explorada sem justa retribuição.

Confira alguns comentários sobre a capa da Forbes: