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O Líbano aprovou a liberação no cultivo de maconha para fins medicinais e industriais para salvar sua economia. A nova legislação já começa a valer a partir desta semana. Mesmo antes da parada de parte do setor produtivo em função da quarentena provocada pelo coronavírus, em 15 de março, a economia do país já vinha cambaleando.

A libra libanesa se desvalorizou 50% em relação ao dólar desde janeiro, a maior queda da história. Anos seguidos de descontroles nos gastos públicos fizeram com que a dívida pública atingisse 150% do PIB no final do ano passado. O poder público não consegue mais pagar o salário integral dos servidores e os bancos, sem liquidez, liberam apenas o equivalente a menos de 300 dólares por semana para saques. Com a iniciativa privada parcialmente em pausa devido à covid-19, o risco de um mergulho no abismo aumentou ainda mais.

A produção legalizada da maconha poderá injetar cerca de 1 bilhão de dólares por ano na economia, segundo estudos preliminares da consultoria McKinsey. A planta é cultivada, ilegalmente, no Vale do Bekaa, no leste do país, perto da fronteira com a Síria.