Por Kaio Duarte / Zona de Propulsão

A pesquisa Cargos Tech e Digital 2023, realizada pela Mercer, apresentou resultados preocupantes. As discrepâncias de gênero são significativas em cargos digitais e tecnológicos no Brasil, o que indica que apenas 30% dessas posições são ocupadas por mulheres.

A situação atual reforça a masculinização da tecnologia, sobretudo quando se trata de grupos étnicos e raciais. Segundo o último Relatório de Diversidade da Brasscom, a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aponta um vazio de oportunidades, com mulheres negras ocupando 11,6% desse mercado.

No entanto, os dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostram um aumento de 60% da participação feminina na tecnologia nos últimos cinco anos (2015 a 2022).

Apesar da baixa representatividade, as mulheres mantêm-se atuantes no setor com suas contribuições e criações, como a empresa Gupy, uma plataforma de soluções para departamentos de Recursos Humanos (RH) fundada por mulheres.

O apagamento de figuras históricas fez com que poucas mulheres tivessem seus nomes lembrados. É importante relembrarmos o nome de Ada Lovelace (1852), a primeira programadora da história, ou Hedy Lamarr, que criou o aparelho de interferência em rádio para despistar radares nazistas na Segunda Guerra Mundial.

O setor precisa atrair mais mulheres e tecnologia para aumentar sua diversidade. Algumas companhias têm programas educacionais voltados para mulheres, como programas de qualificação e comitês de desigualdade, visando levantar essas métricas e desenvolver projetos inclusivos.

A tecnologia exerce uma influência direta na vida cotidiana e na sociedade como um todo, sendo crucial que as soluções tecnológicas reflitam as diferentes perspectivas e necessidades de todos os grupos sociais. A inclusão de mulheres é crucial para assegurar a diversidade e a representatividade. O setor é dominado por homens, o que pode afastar mulheres da área, mesmo que estejam interessadas.