Tendo sua lista de indicados divulgada no dia 21 de janeiro deste ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood recebeu as já tão frequentes e, por muitas vezes, embasadas críticas “aos esnobados”

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Por Oliver Pontes

A premiação mais esperada por todos os amantes da sétima arte está cada vez mais perto de nomear os donos das estatuetas douradas mais cobiçadas do mundo. Tendo sua lista de indicados divulgada no dia 21 de janeiro deste ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood recebeu as já tão frequentes e, por muitas vezes, embasadas críticas “aos esnobados”.

Entre esse grupo de esquecidos, existem alguns que frequentemente passeiam pelo red carpet da injustiça do Oscar, mas um nome específico sempre se destaca: Leonardo DiCaprio.

Um dos melhores indicados dentro da categoria de melhor filme é “Assassino da Lua das Flores”, adaptado magistralmente do livro de David Grann, com nada menos que a lenda viva do cinema Martin Scorsese na direção, e brilhantes atuações da super talentosa e agora relevada para o grande público Lily Gladstone, e do parceiro de longa data do diretor, Robert De Niro. Ao lado dessa dupla de peso e mais um grande elenco, está Leonardo DiCaprio, sendo ele o único desses três a não receber uma indicação.

E não é de hoje que DiCaprio é esquecido na fila do reconhecimento da Academia.

O começo

Leonardo DiCaprio, ou mais conhecido como DiCaprio, é um ator norte-americano que começou sua jornada nas telinhas movido pela vontade de ajudar sua mãe com os custos dentro de casa. Ainda criança, começou fazendo comerciais para ajudá-la e sentiu que poderia dar certo na área, o que de fato ocorreu, começando com trabalhos em programas de TV como “Growing Pains” (1985), “Roseanne” (1988) e “The New Lassie” (1989) e depois migrando para as telonas.

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Nasce uma estrela…. esnobada.

Foi aos 19 anos que Leonardo DiCaprio começou a ganhar destaque na academia, tendo sua primeira indicação a Ator Coadjuvante por sua atuação em “Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador” de 1993.

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A trajetória do ator para muitos é marcada pelo filme “Titanic”, por muito tempo a maior bilheteria e recorde de premiações de todos os tempos, onde se tornou o queridinho de uma geração, deixando meninas e meninos suspirando devido ao seu talento indiscutível e principalmente por sua aparência um tanto angelical com uma certa rebeldia. E por mais absurdo que pareça, apesar do filme receber 14 indicações, um marco só alcançado antes em 1950 por “A Malvada”, nenhuma dessas foi para DiCaprio.

Em 2005, DiCaprio foi indicado pelo longa-metragem “O Aviador”, também dirigido por Scorsese, e perdeu o prêmio para o ator Jamie Foxx no filme “Ray”. No ano seguinte, ele também foi indicado como Melhor Ator em “Diamante de Sangue”, e mais uma vez, perdeu para Forest Whitaker em “O Último Rei da Escócia”.

Mas talvez a maior injustiça já vivida pelo ator foi com a indicação em “O Lobo de Wall Street”, onde a expectativa era alta demais para DiCaprio levar o prêmio, recebendo elogios de público e crítica, por muitos considerado até o melhor papel de sua vida. Mas o ator perdeu para Matthew McConaughey em “Clube de Compras Dallas”.

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Leonardo DiCaprio coleciona um vasto número de indicações que não ganharam o Oscar e outro quase tão grande quanto o número total de esnobadas, nem chegando a ser indicado. Um desses casos, talvez o mais revoltante, é em “Django Livre”, em que o ator, em determinada cena, profundamente envolvido na sua total entrega ao vilão Calvin Candle, acaba cortando sua mão, e contrariando o que muitos outros atores fariam em seu lugar, Leo simplesmente continua a gravação, arrancando reações genuínas de todos os outros colegas de cena, dando uma veracidade ainda maior para o filme. Mas nada disso pareceu digno de reconhecimento por parte da premiação.

Claro, Leonardo DiCaprio não é o primeiro grande astro a não receber os devidos louros por seu grande talento, destacam-se alguns nomes sagrados do cinema, como Alfred Hitchcock (levando apenas um prêmio Memorial Irving G. Thalberg pelo conjunto de sua obra), Stanley Kubrick, John Wayne, Glenn Close, Amy Adams e a nossa diva brasileira, Fernanda Montenegro, naquela fatídica edição de 1999.

Mas dentre os injustiçados contemporâneos nossos, Leo com certeza é um dos mais lembrados. Ao nível de ter virado meme na internet por seu “azar” no Oscar. Talvez essa seja mais uma prova de que a premiação nem sempre está única e exclusivamente atrelada ao talento, e que uma premiação como o Oscar depende às vezes de outras questões como um marketing pesado por parte das grandes produtoras, boicotes a certos filmes e atores, campanhas selvagens de lembrança dos filmes que estrearam no ano, ou de spams nos e-mails, vide o caso do Bradley Cooper.

Mas, independentemente do número de indicações ou vitórias recebidas por Leonardo DiCaprio, uma coisa é mais que certa: ele já é um dos maiores atores de sua geração e de todas as outras.

Texto produzido em cobertura colaborativa da Cine NINJA – Especial Oscar 2024