Por Mariana Walsh 

Depois de ficar de fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a seleção feminina de basquete também não se classificou para Paris. O resultado ruim, entretanto, não condiz com o potencial de um time que mesclou atletas experientes com jovens talentos, como Kamilla Cardoso e Stephanie Soares. Ambas ganharam destaque nos últimos anos no basquete universitário norte-americano, e agora buscam ajudar na reestruturação de uma seleção brasileira que quer se firmar novamente no cenário mundial.

O torneio Pré-Olímpico, disputado entre os dias 08 e 11 de fevereiro em Belém, disponibilizava três vagas para as Olimpíadas de Paris. No grupo do Brasil estavam também Alemanha, Austrália e Sérvia. Em todos os confrontos, a seleção brasileira fez jogo duro, mas não conseguiu assegurar nenhuma vitória. Entretanto, apesar do resultado amargo, Kamilla se destacou e entrou para a seleção do torneio. 

Aos 22 anos, a jogadora é atualmente uma das estrelas da liga universitária norte-americana. Nascida em Minas Gerais, ela atuava no time Montes Claros até chamar a atenção de um olheiro, que mais tarde a levou para jogar em um colégio nos Estados Unidos. Por lá, Kamilla se destacou e acabou sendo recrutada pela Syracuse para o basquete universitário. Após um ano, se transferiu para a Universidade da Carolina do Sul (USC) a pedido da treinadora Dawn Staley, tricampeã olímpica como jogadora e campeã dos Jogos Olímpicos de Tóquio como técnica.

Em 2022, Kamilla foi a primeira brasileira da história campeã da NCAA, a liga universitária de basquete feminino norte-americano. No ano passado, vestindo a camisa da seleção, foi essencial para a conquista do título da AmeriCup, sendo eleita a melhor jogadora da competição. Nesta temporada, atuando como pivô do time da USC, possui médias de 13,8 pontos e 9,8 rebotes por jogo. 

Como Kamilla, Stephanie também se destaca em solo norte-americano. Aos 23 anos, ela foi a quarta escolha do Draft da WNBA, a liga feminina de basquete profissional dos Estados Unidos. Nenhum brasileiro alcançou tal posição no draft antes. Filha de dois ex-jogadores, o basquete sempre fez parte da sua vida e foi em casa onde aprendeu a jogar. 

Nascida em São Paulo, chegou a fazer parte das categorias de base do time Bradesco, mas logo recebeu uma bolsa para jogar em um colégio nos Estados Unidos. Na universidade, optou por estudar na The Master’s, que faz parte de uma liga secundária, a NAIA. Tempos depois, se transferiu para Iowa State, mas uma lesão fez com que sua passagem por lá fosse curta. Mesmo lesionada se inscreveu no draft e agora, já recuperada, Stephanie se prepara para estrear com a camisa do Dallas Wings. 

O futuro dessa duas jovens e talentosas jogadoras tem tudo para ser brilhante, e por isso, é sinônimo de esperança para o basquete feminino brasileiro. Depois de Hortência e companhia, a reestruturação da seleção feminina deve passar pelas mãos de Kamilla e Stephanie.