Gabriel de Souza Araújo tinha 21 anos e integrava o MST de Espírito Santo.

O jovem Gabriel de Souza Araújo, de 21 anos, integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi mais uma vítima fatal da violência contra pessoas LGBT+ no Brasil e no mundo. Seu corpo foi encontrado no Rio Cricaré no último domingo, (16), em Nova Venécia, no Espírito Santo, com sinais de violência. Conforme nota publicada pelo MST, Gabriel apresentava uma pancada na cabeça e outros indícios de um crime de ódio.

“O jovem tinha voz e atuação potente, que aglutinava ideias e anseios de um país que clama por Reforma Agrária, Justiça Social, onde pudesse viver e amar sem medo. Trazia em seu corpo negro a afirmação da luta contra o racismo, machismo e a LGBTIfobia”, disse a nota oficial divulgado pelo MST.

Conforme divulgado na revista Fórum, a Polícia Civil do Espírito Santos ainda esclareceu como se dará a investigação do caso, que sequer é tratado como homicídio, ainda que haja evidências. Em suas redes, o MST reivindica por justiça e “nenhum minuto de silêncio”.

Leia abaixo a nota completa publicada pelo MST:

É com muita tristeza e indignação que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Espirito Santo (MST/ES), denuncia a suspeita de assassinato de Gabriel de Souza Araújo, que foi acampado no acampamento Ondina Dias, Município de Nova Venécia, ES.

Seu corpo foi encontrado boiando no Rio Cricaré no último domingo, (16), em Nova Venécia, apresentando sinais de violência, uma pancada na cabeça, que apontam indícios de que ele pode ser mais uma vítima de crime de ódio, LGBTfobia, por ser gay assumido.

Gabriel, tinha 21 anos e era um jovem prestativo, solidário e estudioso e tinha o sonho de fazer a graduação em biologia. Durante o período que esteve acampado, contribuiu na organização da juventude, sendo um dos organizadores de uma biblioteca para proporcionar que os acampados e acampadas tivessem acesso ao conhecimento.

Foi educando da 2º Turma do Curso de Formação de Formadores em Agroecologia organizado pelo MST. Muito estudioso, trazendo reflexões a partir das leituras e da sua realidade. Tinha planos de construir com os companheiros e companheiras um banco de sementes crioulas na região e a partir disso, contribuir para o resgate de saberes ancestrais relacionados à produção de alimentos no campo.

O jovem tinha voz e atuação potente, que aglutinava ideias e anseios de um país que clama por Reforma Agrária, Justiça Social, onde pudesse viver e amar sem medo. Trazia em seu corpo negro a afirmação da luta contra o racismo, machismo e a LGBTIfobia.

Neste momento de dor o MST/ES, estende a solidariedade à família, amigos e exige que os órgãos competentes realizem as investigações e punam os culpados por mais este crime de ódio.

Gabriel segue presente na juventude e na luta do povo Sem Terra. Por Gabriel e contra a LGBTIfobia: nenhum minuto de silêncio!

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Espírito Santo.