Pelo menos 9 milhões de m³ de rejeitos tóxicos podem atingir o Xingu, provocando danos irreversíveis (Marcelo Soubhia/ISA)

 

Por ordem da Justiça do Pará, está suspenso o licenciamento ambiental do projeto Volta Grande do Xingu da Belo Sun. Essa é uma resposta à ação civil pública movida pela Defensoria Pública do Estado (DPE) contra o Estado do Pará e a mineradora canadense. A Justiça acatou o pedido da defensoria, exigindo mais estudos socioambientais e consulta às comunidades ribeirinhas “na distância mínima de 10 km do empreendimento, nas duas margens do rio Xingu”.

O projeto minerário de ouro é considerado de grande porte e estima-se, deve produzir 50 toneladas de ouro em 12 anos de funcionamento. Há um risco muito grande para as comunidades as comunidades que vivem do extrativismo, pesca e agricultura.

Um parecer do especialista em Geologia e Mineração Steven H. Emerman, relata o Instituto Socioambiental (ISA), diz que pelo menos 9 milhões de m³ de rejeitos tóxicos podem atingir o Rio Xingu e percorrer mais de 40 quilômetros em duas horas, provocando danos irreversíveis.

Esses rejeitos conteriam metais altamente nocivos, como cianeto, arsênico e mercúrio, podendo causar um “ecocídio” do rio Xingu pelo empreendimento. Além disso, Belo Sun fica a somente dez quilômetros da principal barragem no Rio Xingu, construída para a hidrelétrica de Belo Monte. A exploração da mineradora prevê explosões 24 horas por dia para arrancar ouro da terra, durante no mínimo 12 anos.

A defensoria pública Bia Albuquerque disse ao G1 que “não retirar as comunidades dessa área e a não compensação das famílias ribeirinhas significa que as comunidades serão vizinhas durante 24 anos da instalação e operação da maior mina de ouro a céu aberto do país”.