Essa decisão é vista como uma vitória parcial para Assange, que enfrenta a possibilidade de ser condenado a até 175 anos de prisão nos Estados Unidos

Julian Assange com a capa do jornal de julho de 2010 com a manchete dos documentos militares revelados (Peter Macdiarmid/Gettyimages)

Nesta terça-feira (26), o Tribunal Superior de Justiça de Londres tomou uma decisão crucial no caso de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, em resposta ao pedido de extradição dos Estados Unidos. A corte britânica acatou parcialmente o recurso de Assange, adiando assim uma possível extradição imediata e concordando com a validade do recurso apresentado por ele.

Essa decisão é vista como uma vitória parcial para Assange, que enfrenta a possibilidade de ser condenado a até 175 anos de prisão nos Estados Unidos. Os juízes britânicos solicitaram mais informações ao governo norte-americano e concederam um prazo de três semanas para que essas informações sejam apresentadas.

“O senhor Assange não será extraditado imediatamente. O tribunal deu ao governo dos Estados Unidos três semanas para dar garantias satisfatórias”, declarou a corte em sua decisão.

Stella Assange, esposa de Assange, expressou preocupação com o estado de saúde do fundador do WikiLeaks, afirmando que sua saúde física e mental estava se deteriorando e que sua vida corria perigo a cada dia que permanecesse na prisão e, se extraditado, ele poderia morrer.

Julian Assange é alvo de um pedido de extradição dos EUA devido à sua atuação no vazamento de 700 mil documentos confidenciais desde 2010, revelando informações sobre as atividades militares e diplomáticas americanas, especialmente no Iraque e no Afeganistão.

Entre esses documentos estava um vídeo que mostrava soldados norte-americanos disparando contra civis desarmados a partir de um helicóptero no Iraque, além de outros que expunham abusos cometidos por autoridades dos EUA e de outros países.

O Departamento de Justiça dos EUA descreveu os vazamentos do WikiLeaks como “um dos maiores vazamentos de informações confidenciais na história dos Estados Unidos”.

Desde 2019, Assange estava detido na Inglaterra após passar sete anos na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que foram posteriormente retiradas.