(Mayke Toscano/Governo de Mato Grosso)

 

Mais um triste recorde para o meio ambiente. Segundo o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2.562 focos de incêndio foram registrados na Amazônia ao longo de junho. Este é o maior número de queimadas para o mês, dos últimos 15 anos. Fora isso, junho teve 11% mais focos de incêndio que maio.

Desde que Bolsonaro assumiu o governo, todos os meses de junho apresentaram aumento de queimadas na Amazônia. Em 2019 o mesmo mês teve 1.880 focos e foram crescendo para 2.248 focos em 2020 e 2.305 em 2021.

Muito pressionado, só agora, no dia 23 de junho, publicou decreto proibindo uso do fogo em todo o país pelos próximos 120 dias. Dessa forma, o governo suspende as autorizações para práticas agrícolas. Mas então, o governo precisa reforçar sua fiscalização, já que as queimadas são usadas na prática ilegal de grilagem.

Ainda mais se tratando de um ano eleitoral. No mês passado, que já tinha registrado novo recorde para o mês em 15 anos, o Imazon alertou que as eleições também afetam as florestas.

O coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza Jr disse que maio foi apenas o primeiro mês do período de seca na região, quando as ocorrências de desmatamento costumam se intensificar. “Ainda temos mais todo o chamado ‘verão amazônico’ pela frente, que encerra entre setembro e outubro. Além disso, 2022 é um ano eleitoral, outro contexto que está relacionado com o aumento da devastação, pois as fiscalizações tendem a diminuir”, explicou o pesquisador.

Segundo os dados do Inpe, o Cerrado também bateu um recorde de queimadas em junho. Com 4.239 focos de incêndio, o bioma tem o número mais alto da série desde 2010, quando houve 6.443 focos. A média histórica na região é de 3.760 focos nos meses de junho.

Assolado pelo fogo em 2020, o Pantanal também registrou aumento de 17% das queimadas em junho, quando levado em conta o mesmo mês em 2021. O número de focos de incêndio no bioma passou de 85 para 115.