Julho de 2023 entra para a história como o mês mais quente já registrado na Terra

A primeira semana de julho de 2023 ficará marcada na história do clima da Terra como um momento preocupante e alarmante. Por três vezes consecutivas, os recordes de temperatura média global foram quebrados, apontando para um aquecimento planetário excepcional. Os dados divulgados são do Instituto de Mudança Climática da Universidade do Maine, nos Estados Unidos. A Organização das Nações Unidas emitiu um comunicado afirmando que ‘as mudanças climáticas estão fora de controle’.

No dia 3 de julho, a temperatura média global atingiu a marca de 17,01°C, superando o recorde anterior. No dia seguinte, em 4 de julho, a temperatura subiu ainda mais, chegando a 17,18°C, e no dia 6 de julho, a temperatura média global alcançou um novo ápice de 17,23°C. Esse último marco é especialmente notável, pois é a primeira vez na história que a marca de 17°C foi ultrapassada. Antes dessa semana histórica em 2023, o recorde de temperatura média global mais alta era de 16,92°C, estabelecido em 2016, ano que tinha o título de mais quente desde o período pré-industrial.

A análise dos especialistas aponta para duas principais causas desse aquecimento sem precedentes. A primeira é a mudança climática, resultado direto da queima de combustíveis fósseis e de outras atividades humanas que liberam grandes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera. A segunda é o padrão climático emergente do El Niño, que tem contribuído para o aumento das temperaturas globais.

2023 mais quente de história

Robert Rohde, cientista-chefe da Berkeley Earth, uma organização de pesquisa climática sem fins lucrativos dos EUA, afirma que esse recorde de temperatura média global mais alta será apenas o primeiro de uma série de novos recordes ao longo deste ano. Rohde prevê que, nas próximas semanas, novos marcos serão quebrados, o que intensifica a urgência de medidas para reduzir as emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa.

Os relatórios recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC) confirmam que as temperaturas atuais da Terra são as mais altas em pelo menos 125 mil anos. Os impactos já são evidentes em diferentes partes do mundo, com eventos climáticos extremos se tornando mais frequentes e intensos.

“É essencial reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, promover a transição para fontes de energia renovável e adotar medidas de adaptação para enfrentar os desafios impostos pelo aquecimento global. Caso contrário, enfrentaremos consequências cada vez mais graves para a vida no planeta”, afirmou a ONU.