‘Vai apanhar que nem homem’, disse o agressor, que responde em liberdade

O agressor Robson Dekkers Alvino.Foto: reprodução/redes sociais. Estefane de Oliveira Laudano. Foto: reprodução

Mais um caso de violência política no Brasil foi registrado em Angra dos Reis, no último sábado (24). uma jovem de 19 anos foi agredida em um bar na Costa Verde do Rio com um golpe na cabeça por um apoiador de Bolsonaro, Robson Dekkers Alvino, que a atacou com um pedaço de madeira.

Estefane de Oliveira Laudano estava conversando com amigos sobre política e o agressor se irritou ao ouvir críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O bolsonarista foi tirar satisfação com o grupo e foi expulso do bar pela proprietária, mas ele voltou com uma arma branca e atacou o grupo.

Estefane foi atingida pela quina do pedaço de madeira que cortou a sua cabeça. Ela foi levada no colo de um amigo para a Santa Casa de Angra do Reis, situada a poucos metros do local do incidente. Depois, ela foi transferida para o Hospital Municipal da Japuíba, na mesma cidade, onde levou sete pontos na região do corte e permanece internada, com quadro estável.

A vítima estava em Angra dos Reis trabalhando na campanha do candidato do PSOL, Professor Josemar, que  condenou o ato em suas redes.

Agressão

Esther de Oliveira Laudano, de 24 anos, irmã da vítima, informou ao Jornal Extra que o homem parecia alterado, como se estivesse embriagado.

“Ele me chamou de “maria-homem” e disse que era “gente que nem a gente que vota no Lula”. Depois, foi embora, mas não demorou para voltar com esse pedaço de madeira. Começou a berrar que, “se eu era homem, então iria apanhar que nem homem”. Eu parei na frente dele e falei: “Então bate”, conta Esther.

Neste momento, Estefane teria, então, entrado no meio da discussão, tentando afastar o agressor. O home revidou e ela acabou sendo atingida.

“Minha primeira reação foi partir pra cima dele, dando uns socos, mas quando olhei para trás vi minha irmã no chão, toda cheia de sangue, pedindo ajuda. Ela não conseguia se mexer, só tremia e gritava. Era uma imagem horrível”, relata Esther.

 

 

Esther localizou dois policiais militares, que passaram a fazer uma ronda na região em busca do agressor. Ele foi encontrado em uma rua próxima, ainda com sangue de Estefane no rosto e nas mãos, após ser contido por moradores.

As testemunhas e o homem foram conduzidos para a 166ª DP (Angra dos Reis), onde ele foi autuado em flagrante por lesão corporal. De acordo com o delegado Vilson de Almeida Silva, titular da unidade, o bolsonarista responderá em liberdade por se tratar de um crime de menor potencial. Esther e outras duas amigas que presenciaram a cena já prestaram depoimento, enquanto o agressor, que não teve a identidade divulgada, preferiu não dar declarações neste primeiro momento e permaneceu em silêncio.

“Por ora, ainda temos alguns pontos contraditórios, mas estamos apurando. Aparentemente, houve algumas declarações favoráveis ao candidato do PT, e ele teria reagido e discutido por conta dessa questão política, culminando na agressão”, afirmou o delegado ao Jornal EXTRA.

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