Giullia Jaques começou a trabalhar cedo pra ajudar a mãe, o que fazia paralelo a escola. E sempre foi engajada e empreendedora.

Foto: João Arthur Moroni para Herself

Estudante do colégio Pedro II no Rio de Janeiro, aprendeu muito sobre justiça social e começou a se ligar no ativismo a partir do empreendedorismo. Agilizada, fez uma vakinha e foi para o Peru participar de workshops da Latin American Leadership Academy. Lá, na palestra da ONG X-Runner, ela perguntava pras pessoas o que elas faziam logo que acordavam. Se sentiu provocada. As pessoas diziam – vou ao banheiro, lavo o rosto. Mas e quem não tem acesso a água? Quem não tem uma privada em casa?

Ela começou a pensar o que é essencial para nós mas que muitas pessoas não tem aceso. E listou algumas coisas, entre elas, absorventes.

Pesquisando a realidade das mulheres encarceradas e lendo materiais como “Presos que menstruam”, de Nana Queiroz, ela percebeu a necessidade dessas mulheres, que usam miolo de pão e jornal como absorvente.

Em 2019 então, ela criou o projeto “Absorvidas” para produzir bioabsorventes e distribuir a 2 mil detentas na penitenciária Talavera Bruce, para acabar com a pobreza menstrual e ampliar o projeto à produção feita pelas detentas, para auxiliar na reintrodução delas na sociedade após cumprirem suas penas. Também é possível que elas trabalhem para fazer absorventes para outras penitenciárias e até para a região sudeste toda.

O bioabsorvente tem custo baixo, é reutilizável, dura em média dois anos e não gera lixo já que não usa plástico na fabricação.

Giullia e mais três voluntárias desenvolveram toda a estratégia do produto e criaram uma vakinha para colocar o projeto piloto para andar. Nos planos também tem oficinas, palestras e material impresso sobre educação menstrual.

A vakinha está nos stories.

*Com informações de Juliana Vaz, em Colaboração para Ecoa

Siga ELLA e saiba mais sobre feminismos diversos na América Latina.