O jornalista já havia denunciado à polícia as ameaças de morte que vinha sofrendo devido ao seu trabalho. Veras foi o 19º jornalista executado no país.

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Léo Veras, jornalista brasileiro, foi executado por pistoleiros na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã, cidade sul-mato-grossense a 342 km de Campo Grande. Ele era bem conhecido na região pelo seu trabalho no site policial Porã News, que produzia notícias relacionadas a fronteira em português e espanhol, e com frequencia ele noticiava situações sobre o tráfico de drogas.

De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, Léo estava jantando com a família no quintal de sua casa. Por volta das 21 horas, dois pistoleiros encapuzados chegaram em uma caminhonete branca, entraram pelo portão que estava aberto e invadiram o local. Eles direcionaram os disparos contra o jornalista e foram atrás dele quando tentou correr para a rua. Ele foi atingido por cerca de 12 tiros de pistola 9 milímetros. O jornalista chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular da cidade paraguaia, mas não resistiu.

O jornalista já havia denunciado à polícia as ameaças de morte que vinha sofrendo devido ao seu trabalho. Segundo o Sindicato dos Jornalistas do Paraguai, Veras foi o 19º jornalista executado no país. Em 2013, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) repercutiu denúncias do profissional. Naquela época, Léo Veras recebeu em seu celular mensagens de texto que diziam que ele era o primeiro de um lista de pessoas que seriam assassinadas.

“Vou continuar fazendo o meu trabalho como eu faço todos os dias. Não existe ameaça que me impossibilite. Não vou me trancar em casa por causa disso”, disse o jornalista em nota à ABI.

As mensagens seriam uma retaliação contra a publicação de matérias detalhando o trabalho de autoridades que investigam o narcotráfico.

O Observatório de Jornalistas Assassinados da Unesco apontou que a América Latina e Caribe foi a região com o maior índice de assassinatos em 2019. Foram 22 no total. Um relatório divulgado em abril de 2019 pelo Conselho Nacional do Ministério Público informou que 64 jornalistas, profissionais de imprensa e comunicadores foram mortos no exercício da profissão no Brasil entre 1995 e 2018, com isso, o país ocupa o 6º lugar na lista de países mais perigosos do mundo para profissionais da comunicação.