O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, surpreendeu ao convidar formalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua posse em 10 de dezembro. Além disso, sinais de recuo em relação à retirada da Argentina do Mercosul têm se intensificado. Durante a campanha, Milei atacou Lula com fortes críticas, rotulando-o de “esquerdista”, “ladrão” e “comunista”, e defendeu a eliminação do Mercosul. No entanto, recentemente, os ataques deram lugar a palavras mais sutis e até elogios ao brasileiro e ao bloco comercial.

Mudanças na postura sobre o Mercosul

Em uma reunião com o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, a futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, entregou formalmente o convite para Lula participar da posse de Milei. Além disso, sinalizou positivamente o apoio argentino à finalização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Embora Milei tenha defendido a saída da Argentina do Mercosul durante a campanha, agora ele propõe mudanças no bloco. A presidência brasileira no Mercosul termina em 7 de dezembro, três dias antes da posse de Milei.

Negociações com a União Europeia e incertezas sobre os Brics

Um dos acordos em negociação durante a presidência brasileira no Mercosul é o acordo com a União Europeia, aprovado em 2019. A futura chanceler argentina expressou incertezas sobre a participação da Argentina no grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), destacando os desafios econômicos do país. Enquanto o Brasil manifesta interesse na entrada da Argentina no Brics, Mondino afirma que a decisão cabe ao novo governo.