Um carregamento crucial de ajuda humanitária enviado pelo governo brasileiro para a população da Faixa de Gaza foi bloqueado por Israel. A denúncia foi feita pelo deputado italiano Angelo Bonelli, membro do partido Europa Verde, que recentemente esteve na região do conflito, e confirmada pelo Planalto.

O parlamentar italiano relatou a presença de pelo menos 30 caixas contendo filtros de água, refrigeradores, medicamentos e cilindros de oxigênio, provenientes do Brasil, aguardando a autorização do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“Há uma situação catastrófica. Dois mil caminhões estão bloqueados há mais de um mês, aguardando para poder entrar em Gaza e entregar ajuda humanitária”, afirmou Bonelli.

Segundo o deputado, as autoridades israelenses rejeitam essa ajuda por considerá-la incompatível e perigosa para a segurança do Estado de Israel, uma posição que ele classificou como “loucura”.

Além do carregamento brasileiro, Bonelli informou que quase 400 caixas de ajuda enviadas por países como França, Alemanha, Kuwait, Singapura, Espanha, Itália e Arábia Saudita também estão retidas em um galpão do Oriente Vermelho na cidade egípcia de Al Arish, a cerca de 20 km de Rafah.

Na última segunda-feira (4), o presidente Lula segurou uma bandeira da Palestina durante uma solenidade em Brasília, reafirmando suas posições. “Vocês estão lembrados como apanhei quando falei da Palestina. Mas o tempo vai provar que eu estava certo”, declarou o presidente.

A ONU estima que 2,2 dos 2,4 milhões de habitantes do território estão à beira da fome, principalmente no norte, onde as forças de Israel bloqueiam a entrada de ajuda.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas afirmou que teve um comboio de ajuda rejeitado por autoridades de Israel em um posto de controle no norte da Faixa de Gaza.