Silvinei Vasques é investigado pela Polícia Federal por conta da atuação da instituição no dia do segundo turno das eleições

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, investigado pela Polícia Federal por conta da atuação da instituição no dia do segundo turno das eleições, foi exonerado do cargo. A dispensa do cargo saiu no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (20).

Vasques também é acusado de uso indevido do cargo, com desvio de finalidade, com o objetivo de favorecer o presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. O Ministério Público Federal (MPF) ingressou em novembro uma ação de improbidade administrativa contra ele, pedindo seu imediato afastamento de suas funções por 90 dias.

Em publicação feita no Instagram, Vasques chegou a pedir voto para o candidato à reeleição. “Vote 22. Bolsonaro presidente”, dizia o post, que foi apagado, mas apenas depois de vários usuários o terem salvo.

Já no dia 30 de outubro, a PRF realizou centenas de ações de fiscalização do transporte público, especialmente na região Nordeste. Nas redes sociais, os usuários compartilharam vídeo das ações da PRF formando barricadas para dificultar o deslocamento de ônibus e de motocicletas que transportavam os eleitores. Relatos sobre essas ações partiram inclusive de políticos locais, como prefeitos e vereadores.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou que Vasques fosse oficiado “com urgência” para “informar imediatamente sobre as razões pelas quais [estão sendo] realizadas operações policiais”.

Após a vitória do presidente eleito Lula (PL), apoiadores de Bolsonaro realizaram bloqueios em estradas no país em protesto com o resultado do pleito eleitoral. O STF determinou que a PRF desobstruísse os bloqueios, prevendo a prisão de Vasques e multa de R$ 100 mil no caso de descumprimento da decisão.

Apesar da decisão, servidores da instituição apontaram que a corporação não parecia interessada em resolver a situação. Também houveram críticas para a ação política dentro da PRF.

Com informações do Congresso em Foco

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