Indígenas denunciam garimpo ilegal no Vale do Javari
A região que abriga a maior concentração de povos indígenas isolados em todo o mundo está ameaçada.
A região que abriga a maior concentração de povos indígenas isolados em todo o mundo está ameaçada com a atuação de garimpeiros ilegais. A UNIJAVA – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari denunciou em nota publicada nesta sexta-feira, 8, a presença de uma balsa de garimpo na região leste da Terra Indígena Vale do Javari, mais precisamente em um afluente do rio Jutaí, o rio Curuena. Nesse rio habita um grupo de Korubo, que vive em isolamento voluntário em nossa região.
Nessa mesma região já foram encontradas e destruídas mais de 60 balsas de garimpo ilegal em 2019 em uma ação com a participação da Funai, Ibama, Polícia Federal e Ministério Público Federal.
Na área do Alto Solimões, sudoeste do Estado, onde está localizado o Vale do Javari, todas as nove cidades que integram a região têm registros da doença: Tabatinga e Santo Antônio do Içá com mais de 200 casos; São Paulo de Olivença com mais de 100; Benjamin Constant, Amaturá e Tonantins com mais de 50; além de Fonte Boa, Jutaí e Atalaia do Norte que ainda não têm mais de 30 casos. Nessas localidades, os altos custos de transporte aéreo e aeroportos sem regularização tornam o transporte fluvial essencial.
Os garimpeiros podem também ser vetores de contaminação de comunidades indígenas inteiras, colocando em risco a região não só pela ameaça do garimpo, mas com o avanço da pandemia.
Ao final, a nota exige atuação do Estado “Neste momento é fundamental uma atuação dos órgãos de Estado competentes para retirar imediatamente esses invasores e inviabilizar seus equipamentos de destruição da vida.