Por Leonardo Koury / Mídia Ninja

Um dos acervos mais importantes da história nacional no Brasil foi afetado pelo incêndio ocasionado hoje (15/06) pela manhã em um dos prédios do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, em Belo Horizonte. O local, conhecido por fazer parte do complexo Horto Florestal tem um acervo público formado por aproximadamente 260 mil itens entre peças e coleção científica de plantas e reserva vegetal.

O conjunto do Museu abriga o tradicional Presépio do Pipiripau construído pelo artesão Raimundo Machado no século passado e conta a história da vida e morte de Jesus em 586 figuras móveis, distribuídas por 45 cenas. O Presépio do Pipiripau é premiado em todo o mundo por trazer enquanto característica a simplicidade da obra e faces contemporâneas em cada cena além de tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN no início dos anos 2000.

Foto: Divulgação

A pergunta agora é: o que será feito quanto a este importante espaço cultural, histórico e ambiental? A Universidade Pública enfrenta nesta conjuntura uma das maiores crises políticas em toda a sua trajetória deste a redemocratização.

Apesar da pressão que garantiu o ato de Jair Bolsonaro anular a MP 979 que dava poderes ao Ministro da Educação Weintraub escolher reitores nas Instituições Federais, a constante falta de verbas para a manutenção dos prédios e serviços deixam sucateada a educação enquanto um direito.

A perseguição à ciência e o neoconservadorismo que acusa as Universidades Públicas, agora deixa mais um patrimônio em ameaça no país. É importante relembrar que o Museu Nacional, localizado na Quinta do Boa Vista no Rio de Janeiro, desde 2018 espera por financiamento para a sua reforma. Até o momento o que foi prometido para a reforma não se concretizou por parte da União.

Defender a ciência não é apenas um papel das Universidades Públicas, mas um dever de toda a sociedade. O conhecimento através da história, da cultura e do meio ambiente fazem parte do Estado Democrático de Direitos e amplia a capacidade da população de se organizar e lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.

Força ao Horto Florestal, ao História Natural e Jardim Botânico da UFMG e ao povo brasileiro, por mais esta perda.